País sofreu dois tremores em sequência
Um terremoto de magnitude de 6,8 na Escala Richter atingiu o Marrocos em 8 de setembro. O tremor ocorreu a cerca de 70 quilômetros da cidade de Marrakech, nas montanhas do Alto Atlas, oeste do país. Até o fechamento desta edição, havia quase 3 mil mortos, centenas de desaparecidos e mais de 5.600 feridos.
Mohammed VI, rei do Marrocos, ordenou que alimentação e abrigos sejam oferecidos aos sobreviventes. Socorristas da Espanha, Reino Unido, Catar e Emirados Árabes Unidos foram enviados para auxiliar na busca por sobreviventes.
O que aconteceu?
O terremoto mais forte durou cerca de 15 segundos. Depois de 19 minutos, outro tremor foi registrado, de magnitude 4,9. Argélia, Espanha e Portugal também sentiram o fenômeno, com menos intensidade do que o Marrocos.
Grande parte das vítimas morava em áreas de montanha, o que dificulta a ação dos socorristas. Autoridades locais acreditam que muitas moradias feitas de pedra, tijolo de barro e madeira tenham desabado nessas regiões.
O terremoto também danificou estruturas históricas do Marrocos. Um exemplo são as muralhas ao redor de Marrakech, construídas no século 12 e consideradas patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
COMO ACONTECEM OS TERREMOTOS?
A superfície terrestre é formada por grandes blocos rochosos que se encaixam como se fossem peças de um brinquedo de montar — são as placas tectônicas. Às vezes, elas se movem, encostando umas nas outras. A força desse atrito é tão forte que causa terremotos (saiba mais na edição 200).
O mais recente no Marrocos foi consequência da colisão entre as placas tectônicas africana e euroasiática. Esse foi o tremor mais intenso no país em décadas. No entanto, terremotos fortes não são comuns no Marrocos, que está a 550 quilômetros da zona de contato entre as duas placas — a colisão entre elas costuma atingir mais locais como Grécia, Turquia e Itália.
AÇÕES DE AJUDA
Moradores e turistas se uniram em solidariedade. Em Marrakech, por exemplo, o centro de doação de sangue registrou fila de 200 pessoas dispostas a colaborar. Também há diversas entidades prestando apoio, como Médicos Sem Fronteiras, Programa Alimentar Mundial (PAM) e World Central Kitchen (organização que fornece refeições em situações de desastres, por exemplo).
As autoridades marroquinas afirmam ter agido rapidamente nas ações de resgate. Contudo, o governo aceitou a ajuda internacional de somente quatro países (Espanha, Reino Unido, Catar e Emirados Árabes Unidos). Outras nações, como Estados Unidos e França, ofereceram equipes para auxiliar, mas não houve autorização de entrada. Segundo lideranças locais, a negativa ocorre para evitar falta de coordenação nas ações de socorro. Ativistas dos direitos humanos, no entanto, criticaram a postura do governo marroquino.
ESCALA RICHTER
Usada para medir a magnitude de um terremoto, ou seja, quanto de energia foi liberada durante o tremor.
☞ MENOR QUE 3,5
O tremor não costuma ser sentido.
☞3,5 A 5,4
Pode ser sentido, mas não costuma causar danos.
☞5,5 A 6
É capaz de danificar estruturas mais frágeis.
☞6,1 A 6,9
A destruição pode atingir até 100 quilômetros do local do tremor.
☞ 7 A 7,9
Causa graves danos em uma região mais abrangente.
☞ 8 OU MAIS
Áreas a centenas de quilômetros podem ser gravemente afetadas.
INUNDAÇÃO NA LÍBIA
Em 10 de setembro, a Líbia foi atingida por uma tempestade tropical, caracterizada por muita chuva e ventos fortes. O evento provocou enchentes e foi agravado pelo rompimento de duas barragens (estruturas que seguram a passagem de fortes fluxos de água ou outros líquidos) que ficavam na parte mais alta da cidade de Derna. O local é atravessado pelo rio Wadi Derna e, por isso, as barragens são essenciais.
Até o fechamento desta edição, estimava-se quase 4 mil mortos, 9 mil desaparecidos e milhares de feridos. Ainda há muitos desabrigados, pois casas foram arrastadas pela água.
Fontes: Agência Brasil, AP News, BBC Brasil, Brasil Escola, CNN Brasil, E-Calculo – USP, G1, National Geographic Brasil, Poder360 e O Globo.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 212 do jornal Joca.
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