Entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, foi realizada no Brasil a 2ª Semana da Imprensa, iniciativa do jornal Joca em parceria com a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) de São Paulo (SP). A segunda mesa de debate do dia 30 foi sobre o trabalho do jornalismo científico, com o tema “Ciência na mídia”.

Para compor a mesa de palestrantes, foram convidados a jornalista Ísis Nóbile Diniz — que atua há 15 anos no jornalismo científico e atualmente é coordenadora de comunicação do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema) — e Marco Farias — professor no ensino básico desde 2014 e assessor de ciências da educação infantil e ensino fundamental no Colégio Pentágono desde 2020. Ambos os especialistas foram entrevistados por estudantes dos colégios Sidarta e Stocco, com a mediação de Luis Felipe Feitosa, estudante do 2º ano da graduação de jornalismo da ESPM.

A conversa girou em torno da importância de uma boa análise de dados (como aqueles obtidos a partir de instituições conhecidas de pesquisas) a fim de se produzir um conteúdo de jornalismo científico de qualidade. Os especialistas destacaram também o quão essencial é que cada cidadão aprenda a buscar informações verídicas, para que haja menos chances de se acreditar em notícias falsas.

“É muito importante que as pessoas entendam, para além do conteúdo em si de jornalismo científico, como é que aquele conteúdo foi produzido. De onde esses dados vieram? Quem produziu?”

Marco Farias

Os convidados também falaram sobre o perigo que um conteúdo falso ou mal produzido pode oferecer à área da saúde. Como exemplo, citaram o caso recente da pandemia da covid-19, em que muitas mentiras foram espalhadas pelas redes sociais, fazendo com que pessoas que tivessem acesso a essas inverdades pudessem se expor a mais riscos de contrair a doença (como ao não se vacinar, não usar máscaras ou utilizar medicamentos não indicados pelas agências de saúde).

“Dentro do jornalismo, temos muito que ouvir os dois lados. Mas às vezes não é interessante destacar o que chamamos de ‘negacionistas’ [pessoas que negam a realidade]. O jornalista precisa ter senso crítico e desconfiança. Os melhores jornalistas são os mais desconfiados e que conseguem fazer grandes conexões entre diferentes temas.”

Ísis Nóbile Diniz

O que eu penso sobre…

Confira os comentários de algumas crianças e adolescentes que estiveram presentes no evento.

“Normalmente, para buscar conteúdos de ciências e da área da saúde, eu pesquiso no Google mesmo e tento achar um site mais confiável. Para identificar o que é confiável, eu vejo se os outros sites trazem a mesma coisa e se o conteúdo foi verificado pelo próprio Google.” Francisco T., estudante do 8º ano do Colégio Sidarta.

“Quando eu quero saber uma coisa sobre astronomia, normalmente eu pesquiso no YouTube, eu gosto muito de ver canais como Você Sabia, entre outros, porque eles explicam de uma maneira fácil e rápida de entender. Eu também gosto de pesquisar no Google, porque eu leio, releio e releio, até eu entender.” Fernanda M., 14 anos, estudante da Emef Henrique Felipe da Costa.

“Sobre essa segunda mesa que teve, eu achei bom, os alunos das escolas entrevistaram bem, eu achei muito bacana, porque teve um assunto bom de ciências.” Vinicius R., 15 anos, da Emef Teodomiro Toledo Piza.

Sobre a Semana da Imprensa

A Semana da Imprensa do Brasil é inspirada no evento de mesmo nome que acontece há mais de 30 anos na França. Durante uma semana, as escolas do país ficam focadas em falar sobre jornalismo com os estudantes.

Um dos objetivos do evento é informar e aproximar as crianças e os adolescentes do funcionamento do jornalismo. A ideia é que, desse modo, os estudantes sejam estimulados a uma reflexão sobre como a imprensa funciona e qual é seu papel na sociedade.

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