Helena Rinaldi

No dia 16 de setembro, o Ministério da Educação (MEC) divulgou dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) referentes a 2021. Realizado a cada dois anos, desde 1990, o levantamento é composto por provas que medem o domínio de estudantes (do 2º, 5º e 9º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio) em leitura e resolução de problemas (área da matemática). O objetivo é que os resultados do Saeb sirvam como base para melhorar a educação brasileira.

Para 2021, a análise apontou que o percentual de estudantes do 2º ano que não sabiam ler e escrever nem palavras isoladas estava em 33,8% — mais do que dobrou na comparação com 2019, quando era de 15,5%. O Saeb ainda revelou que todas as habilidades estudadas sofreram quedas nos índices (como a matemática).

De acordo com Ocimar Munhoz Alavarse, doutor em educação pela Universidade de São Paulo (USP) e docente do curso de pedagogia na instituição, ao olhar para esses resultados é preciso levar em conta a pandemia de covid-19, que deixou as escolas temporariamente fechadas. “Existem alunos que tiveram um desempenho avançado mesmo com a pandemia, porque dispunham de uma série de recursos, como apoio da família [além de acesso a tecnologias, como computadores ou tablets com internet]. Mas a maioria dos estudantes chegou aos anos finais do ensino fundamental e médio com defasagem daquilo que era esperado que soubessem”, explica. Ou seja, o cenário avaliado pelo Saeb em 2021 não era o mesmo que o encontrado nas escolas em 2019.

Com as taxas de aprovação, reprovação e abandono dos estudos, obtidas pelo Censo Escolar, o Saeb compõe o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que monitora o desempenho das escolas e redes de ensino no Brasil.

Fontes: CNN Brasil, Exame, Inep e O Globo.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 195 do jornal Joca.