Crédito de imagem: Pahis/iStock/Getty Images/reprodução

No último mês, foram promovidas ações de educação para a mobilidade urbana (deslocamento de pessoas e veículos dentro das cidades) associadas ao Maio Amarelo — data anual voltada para o debate da segurança no trânsito. Neste ano, o tema foi “No trânsito, escolha a vida”.

No Recife (PE), a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), em parceria com a prefeitura, promoveu uma série de atividades para diferentes públicos, dentre eles, crianças e adolescentes, com escolas públicas e privadas.

“A criança tem autonomia na cidade, ela não é apenas alguém que vai ensinar para os pais. A gente quer ensinar o estudante a ter independência para, de repente, ir para a escola sozinho sabendo onde atravessar, como se posicionar na via, entendendo o semáforo e as placas”,

explica Marcela Assis, gestora de educação para o trânsito da CTTU.

Um dos projetos desenvolvidos é o circuito lúdico, em que os estudantes podiam trafegar em um cenário urbano como pedestres ou ciclistas, aprendendo mais sobre a sinalização. A CTTU também produz cartilhas com jogos e informativos sobre as leis de trânsito, além do tapete lúdico, um tabuleiro de grandes proporções em que as crianças são os próprios pinos do jogo, andando pelas casas e aprendendo de maneira divertida. “Eu gostei muito, porque o meu time ganhou”, conta a estudante Maria Luíza A.

“Aprendi sobre as cores dos sinais e que todo mundo tem que respeitar a calçada e a faixa de pedestres”,

completa a estudante.

O ano todo

As ações também aconteceram em outros municípios brasileiros. Em São Paulo (SP), a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresentou em alguns Centros Educacionais Unificados (CEUs) da cidade um show de fantoches, para crianças menores, e para as maiores, uma adaptação cinematográfica da obra O Mágico de Oz, produzida pela própria companhia. De acordo com Mônica Gomes dos Santos Vieira, educadora do Centro de Treinamento e Educação de Trânsito (Cetet) da CET, esses projetos da companhia não se resumem apenas ao mês de maio, ocorrem durante todo o ano.

“O amarelo mundialmente representa a atenção dentro da mobilidade, por isso é importante ter pelo menos um mês que abra espaço para esse tema. Nós falamos, em nossos projetos, sobre a mobilidade segura, sustentável e inclusiva”,

diz a educadora.

Para Mônica, é essencial que o assunto se faça presente com todas as faixas etárias. Por isso, o Cetet oferece cursos gratuitos para que educadores possam trabalhar o tema ao longo do ano com os alunos.

As crianças menores, por exemplo, são uma parcela muito vulnerável dentro da cidade, pelas características físicas e pelo fato de ainda não entenderem bem o perigo que certas atitudes podem trazer, além da demora em reagir diante de determinado perigo. Já as maiores são uma parte mais ativa da mobilidade, como pedestres e ciclistas. “A gente não tem noção do impacto social que ações como essa têm. As crianças acabam replicando esses assuntos em casa, até mesmo corrigindo atitudes que seus responsáveis têm no trânsito”, conta a educadora.

Segundo Geovana P., 14 anos, estudante da Emef CEU Parque Veredas e presidente do grêmio estudantil MCM, é muito importante que a escola proponha assuntos como esse, que vão para além de matérias como matemática e português. “A gente, sendo da periferia, já tem menos oportunidades. Então eu aproveito tudo que o CEU oferece de diferente”, diz.

“O trânsito é um grande desafio por ser o espaço em que mais se tem contato com pessoas que pensam e agem de maneiras diferentes, e nós precisamos aprender a respeitá-las”,

conclui a presidente do grêmio.

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Comentários (2)

  • Tacianne

    10 meses atrás

    Que show essa matéria!! Parabéns. Que essas iniciativas se multipliquem.

  • Beatriz Awane

    11 meses atrás

    Acho isso muito importante

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