Doença é transmitida por carrapatos portadores da bactéria Rickettsia
Após dois eventos que aconteceram nos dias 27 de maio e 3 de junho na fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas (SP), foram registrados três casos confirmados e três suspeitos de febre maculosa. Das seis ocorrências, quatro pessoas morreram, três com a confirmação da doença. Todos os pacientes estiveram em um dos eventos realizados na fazenda Santa Margarida, o que reforça a possibilidade de que todos foram contaminados no local.
A febre maculosa é uma doença infecciosa febril transmitida por carrapatos que foram contaminados pela bactéria Rickettsia rickettsii, encontrada, principalmente, no carrapato-estrela.
Ela foi identificada pela primeira vez no fim do século 19, em Idaho, nos Estados Unidos, e denominada “febre maculosa das montanhas rochosas”. No Brasil, foi reconhecida pela primeira vez em 1929, em São Paulo. A transmissão em humanos acontece quando o carrapato fica fixado à pele por pelo menos quatro horas. A doença não é transmitida de pessoa para pessoa, e sim apenas pela picada do carrapato.
Uma das espécies de carrapato que transmite a Rickettsia é a Amblyomma cajennense, encontrada em todo o Brasil. No país, são duas variações da bactéria que transmitem a febre maculosa, segundo o Ministério da Saúde:
Rickettsia rickettsii: leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB) considerada a doença grave, registrada no norte do estado do Paraná e nos estados da Região Sudeste.
Rickettsia parkeri: tem sido reportada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará) e resulta em situações de saúde menos graves para quem a contrai.
Além do Amblyomma cajennense, tanto a Rickettsia rickettsii como a Rickettsia parkeri podem estar presentes nas espécies de carrapato Amblyomma cooperi (dubitatum) e Amblyomma aureolatum.
Os principais sintomas da febre maculosa são febre alta, dor no corpo e de cabeça, cansaço, perda de apetite, náuseas, vômitos e o surgimento de manchas avermelhadas no corpo, principalmente nas mãos e nos pés, que depois também podem evoluir para manchas arroxeadas. No geral, a letalidade (chances de a doença ocasionar uma morte) é maior do que 50%.
No tratamento são utilizados principalmente antibióticos, que evitam que as bactérias se reproduzam no corpo humano. O agravamento da doença pode levar à morte entre o quinto e 15º dia após a contaminação.
Como prevenção é importante usar vestimentas que cubram o corpo em locais de proliferação de carrapatos, como áreas de mata silvestre e beira de rios. O uso de repelente também é recomendado.
Embora seja considerada perigosa e grave em determinadas situações, a febre maculosa dificilmente se tornaria caso de emergência de saúde pública, uma vez que o nível infeccioso da doença não é tão alto, já que ela é transmitida apenas por carrapatos (que se proliferam em maior número em ambientes específicos), e não pelo contato entre humanos.
Fontes: Folha de S.Paulo, Gov.br, CNN e Secretaria de Saúde do Paraná.
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