A ala das baianas, nos desfiles das escolas de samba, é considerada uma das mais importantes, mesmo não sendo avaliada separadamente. Créditos de imagem: Getty Images/luoman

Com o Carnaval chegando, sabemos que é hora de pensar em fantasias diferentes e comemorar muito. Nesta época, também são realizados os desfiles das escolas de samba. Os de São Paulo e do Rio de Janeiro são televisionados para todo o Brasil e avaliados rigorosamente.

As escolas de samba que integram o grupo especial (aquelas que são consideradas as melhores, um tipo de primeira divisão do Carnaval) preparam fantasias, coreografias e carros alegóricos (grandes carros decorados com cenários e esculturas) durante todo o ano para se apresentar na avenida e competir pelo posto de vencedora do Carnaval. 

O desfile das agremiações tem, antes de tudo, uma história por trás, que é definida a cada ano. O enredo define a temática do desfile, ou seja, o que a escola de samba deseja contar com a apresentação. Esse tema também influencia em figurinos, música, carros alegóricos e coreografias.

Em 2023, os desfiles do grupo especial de São Paulo vão ser nos dias 17 e 18 de fevereiro e, no Rio de Janeiro, em 19 e 20 do mesmo mês. As escolas irão desfilar e serão avaliadas pelos jurados definidos pela Liga Independente das Escolas de Samba, a Liesa. Eles (36 no total) são escolhidos a partir de indicações do próprio presidente da liga, levando em conta pessoas que têm capacidade profissional para analisar os quesitos.

Mas como funciona esse julgamento?

As escolas de samba do grupo especial de São Paulo e do Rio de Janeiro são avaliadas em nove critérios: harmonia, samba-enredo, bateria, alegorias e adereços, comissão de frente, enredo, fantasia, mestre-sala e porta-bandeira e evolução. As notas vão de zero a dez e podem ter um decimal (exemplo: 9,5). Cada critério é analisado por quatro jurados diferentes. A menor nota dada por eles em cada quesito é descartada, utilizando-se então apenas três avaliações para definir a pontuação final.

Dentro das categorias existem diferentes características que passam por consideração. Por exemplo, em enredo, são avaliadas concepção e realização. Em concepção, a banca de jurados analisa a ideia central do enredo, sua relevância e importância cultural. Já em realização, é levado em conta se a escola de samba conseguiu transmitir a mensagem do enredo nos figurinos, coreografias e adereços. Em samba-enredo, são consideradas letra e melodia.

O grupo de ritmistas em desfiles de Carnaval é composto por quem toca instrumentos de percussão, ou seja, aqueles que trazem ritmo para a música, como pandeiro, agogô e tamborim. Créditos de imagem: Getty Images

Todas as notas são dadas pelos jurados com justificativas por escrito, levando em conta questões técnicas de avaliação. Além dos nove critérios, existem outros requisitos obrigatórios para que as escolas possam desfilar. 

A apresentação deve durar no mínimo 65 minutos e, no máximo, 70. As escolas precisam ter ao menos 2 mil participantes, e é proibido estampas de time de futebol e propagandas. A ala das baianas, composta por senhoras vestidas como as tias baianas dos primeiros grupos de samba no Brasil, deve ter 50 integrantes, e outras alas e grupos também devem ter determinado número mínimo de membros. Vale ressaltar que algumas regras do Carnaval do Rio de Janeiro são diferentes das de São Paulo. 

A cada descumprimento de regra, são aplicadas penalidades que tiram pontos das escolas. Ao fim, na Quarta-feira de Cinzas, são anunciadas as notas das agremiações e a vencedora do Carnaval (do Rio de Janeiro e de São Paulo, separadamente), ou seja, aquela que obteve a melhor pontuação. 

Como são feitos os carros alegóricos?

Os carros alegóricos começam a ser construídos pelas escolas de samba cerca de sete meses antes do Carnaval.

A base deles é uma estrutura de suporte de carga (chassi) de um caminhão ou ônibus reforçada com vigas e colunas de aço e coberta por um tablado de madeira. As alegorias são esculpidas em isopor e algumas peças são revestidas com camadas de fibra de vidro.

O veículo tem ainda quatro extintores de incêndio. É permitido utilizar motores para fazer um carro alegórico andar, mas muitas escolas apenas empurram o veículo com a ajuda de algo em torno de 50 pessoas.


Fontes: G1, G1, Liesa, Liga SP, Camarote Carnaval e regulamento específico dos desfiles das escolas de samba

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