Quase três meses depois dos roteiristas, os atores de Hollywood também entraram em greve. A paralisação inclui 160 mil profissionais que fazem parte do sindicato (entidade responsável por defender os interesses dos trabalhadores) SAG-Aftra e começou oficialmente no dia 14 de julho. 

Entre as reivindicações dos grevistas, eles pedem um novo sistema de pagamento de residuais — valor que os atores recebem depois que a produção já está pronta e foi assistida muitas vezes. Antigamente, os profissionais recebiam esse valor com base em reprises de televisão e venda de DVDs, mas, com o crescimento dos serviços de streaming, essa quantia caiu muito. O sindicato sugere que uma entidade imparcial analise quantos acessos cada filme ou série teve nos streamings para calcular valores justos de residuais. 

Os atores também pedem regras mais firmes para o uso da Inteligência Artificial. “A ideia ‘inovadora’ foi propor que nossos atores figurantes possam ser digitalizados, pagos por um dia de trabalho, e que o estúdio tenha direitos dessa imagem em qualquer projeto que desejarem [usando Inteligência Artificial], sem consentimento e sem compensação. Se eles acham que isso é inovador, sugiro que pensem novamente”, disse Duncan Crabtree-Ireland, diretor executivo nacional do sindicato dos atores. 

Com a greve, atores não podem gravar nem divulgar um filme em que trabalharam. Por isso, entrevistas, premiações e outros eventos especiais não aconteceram durante esse período. Não há prazo determinado para a paralisação acabar. Para que isso ocorra, será necessário que os trabalhadores e os estúdios entrem em acordo. O presidente da Disney, Bob Iger, disse em entrevista ao canal de televisão CNBC que as chances são baixas. “Há um nível de expectativa que eles têm, que não é realista. E eles estão aumentando o conjunto de desafios que esse negócio já enfrenta e que, francamente, é muito perturbador”, disse.

Fontes: Folha de S.Paulo, Jovem Nerd e Variety