Estudo considerou dados de mais de 5 milhões de crianças brasileiras
Um estudo feito pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimento Para Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a University College London (Reino Unido), divulgado em 27 de março, pela revista científica The Lancet Regional Health – Americas, indica que as crianças brasileiras estão cada vez mais altas e acima do peso ideal.
A pesquisa considerou as mudanças do Índice de Massa Corporal (IMC, saiba mais abaixo) de cerca de 5,7 milhões de crianças brasileiras entre 3 e 10 anos, nascidas entre 2001 e 2007 e 2008 e 2014. O estudo utilizou para a análise dados de famílias registradas no Cadastro Único Para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), o Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan).
Em relação à altura, foi observado o acréscimo de um centímetro na média geral entre meninos e meninas nos anos analisados. Já entre 1952 e 2014, considerando-se outros registros históricos, o aumento foi de 5 centímetros.
Nos índices de sobrepeso, também foram registrados acréscimos: entre os meninos, o índice foi de 26,8% para 30%; para as meninas, de 23,9% para 26,6%. Vale ressaltar que o número de crianças com sobrepeso no Brasil passou a crescer após 2009 e, antes disso, era estável desde 1974.
No quadro de obesidade, o aumento foi de 11,1% para 13,8% entre os meninos e de 9,1% para 11,2% entre as meninas. Segundo os pesquisadores, enquanto o aumento de altura se dá por uma melhora na alimentação materno-infantil (durante os primeiros meses e anos de vida de uma criança), o crescimento da taxa de sobrepeso e obesidade ocorre em consequência de um aumento de dietas com alimentos ultraprocessados (saiba mais a respeito do assunto na matéria do jornal Joca) e rotinas cada vez mais sedentárias, ou seja, sem atividades e exercícios físicos.
Os dois se referem ao acúmulo excessivo de gordura corporal. A diferença é a quantidade desse excesso e, assim, sua gravidade — quem tem obesidade possui mais gordura corporal do que quem tem sobrepeso. Um dos métodos usados para saber se uma pessoa tem sobrepeso ou obesidade é o Índice de Massa Corporal (IMC), que avalia a relação entre peso e altura.
Nos adultos, isso é feito por meio do seguinte cálculo: peso (em quilos) dividido pela altura (em metros) ao quadrado (peso/altura2). Veja como funciona:
IMC = peso/altura2
Abaixo do peso = menos de 18,5
Peso normal = entre 18,6 e 24,9
Sobrepeso = entre 25 e 29,9
Obesidade = a partir de 30
A conta para as crianças ainda considera a idade e se é menina ou menino. No entanto, o IMC não deve ser utilizado como único dado. Pode acontecer, por exemplo, de o peso de uma pessoa ser em boa parte formado por massa magra (músculos). Apenas um médico é capaz de determinar o diagnóstico correto.
Fontes: Metrópoles, CNN e The Lancet Regional Health – Americas.
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Que azar eu não cresço!
Que bacana! Eu bem que observei que estava acontecendo mudanças na estatura mediana.
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