Estrutura pode afetar recife e vida marinha local. Confira mais detalhes sobre os Jogos Olímpicos de 2024
Às vésperas do torneio, o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 está enfrentando uma polêmica sobre a construção de uma torre aquática na costa da cidade de Teahupo’o, na ilha de Taiti, Polinésia Francesa, onde serão disputadas as provas de surfe da edição. Em 20 de dezembro, a organização publicou uma nota confirmando a instalação da estrutura, apesar de uma série de manifestações contrárias, que alegam que a torre impactará negativamente a vida marinha da área.
Jogos Olímpicos de Paris 2024: a edição ocorrerá entre os dias 26 de julho e 11 de agosto. Saiba mais detalhes ao fim do texto.
Polinésia Francesa: conjunto de mais de cem ilhas na Oceania pertencente à França — a maior delas é o Taiti.
A torre, segundo responsáveis pelo planejamento da Olimpíada, servirá para abrigar os juízes da disputa (que precisam de visão privilegiada das ondas para avaliar os competidores) e demais responsáveis pela segurança dos atletas. Além disso, pretende-se que a estrutura seja utilizada para comportar as câmeras que transmitem o torneio ao vivo.
Os contrários à obra — entre eles, ativistas ambientais, a Associação Internacional do Surfe e até mesmo atletas brasileiros, como os surfistas Filipe Toledo e João Vitor “Chumbinho” — alertam que, para instalar a torre, será preciso perfurar o recife (formação rochosa submersa), prejudicando assim os corais e outros seres vivos.
“Sabe-se que a destruição dos corais aumenta os níveis de ciguatera, uma neurotoxina perigosa que vem de uma microalga que cresce em corais mortos. Além disso, a estrutura das ondas pode ser alterada pela degradação das falhas geológicas no recife”, afirma a página principal do movimento Save Teahupo’o Reef (Salve o Recife de Teahupo’o), que juntou mais de 230 mil assinaturas em petição on-line.
Em nota, o comitê organizador dos Jogos declarou ter estudado e rejeitado todas as alternativas apresentadas até então — como uso apenas de drones e câmeras instaladas em terra firme, ou até mesmo o aproveitamento das fundações de madeira já existentes no local. “As fundações existentes não podem ser utilizadas no seu estado atual. A torre de madeira foi criada há 20 anos (…). Relatórios de especialistas mostram agora que as fundações estão enfraquecidas, principalmente pela corrosão”, aponta.
No mês anterior, em 17 de novembro, a organização anunciou que seguiria com um projeto de tamanho e peso reduzidos e que a obra já tinha recebido apoio dos principais agentes envolvidos na construção, como o governo polinésio e o comitê de turismo local.
A Olimpíada 2024 será sediada em Paris, capital francesa, ao longo de 19 dias. A cerimônia de abertura e boa parte das disputas serão na própria cidade, mas o evento também terá provas em cidades vizinhas, regiões mais afastadas da França e até mesmo fora do continente — surfe na Polinésia Francesa e disputa de navegação no Mar Mediterrâneo.
O torneio receberá 10.500 atletas, de 28 modalidades olímpicas, além de quatro esportes adicionais: breaking (estilo de dança do hip-hop), escalada esportiva, skate e surfe — os três últimos estrearam nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio.
Entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro, serão realizados, também em Paris, os Jogos Paralímpicos 2024, evento esportivo para atletas com deficiências físicas e/ou intelectuais. Participam dos jogos 4.400 atletas, disputando ao todo 22 modalidades esportivas.
Fontes: Paris 2024, Change.org, Save Teahupo’o Reef, Le Parisien, ISA (X) e Globo Esporte.
*ATUALIZADO EM 24 DE JANEIRO, ÀS 17H.
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