#pracegover: a imagem mostra casas destelhadas depois de serem atingidas pelo ciclone. Ao fundo, árvores. Créditos: Instituto Nacional de Gestão de Calamidades – INGC.

No dia 25 de abril, um ciclone voltou a atingir Moçambique, deixando 38 mortos, 39 feridos e mais de 168 mil afetados (até o fechamento desta edição). Kenneth é o segundo ciclone que chega ao país em uma única temporada (período em que os ciclones se formam na região, entre 15 de novembro a 30 de abril). É a primeira vez na história que isso acontece, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Em março, a passagem do ciclone Idai deixou mais de 600 mortos no centro do país (saiba mais na edição 128 do Joca).

O ciclone Kenneth provocou tempestades e ventos de cerca de 160 quilômetros por hora, tão fortes quanto o Idai, considerado pela ONU um dos piores desastres ambientais já vividos na África. Casas, escolas e hospitais foram destruídos e ruas ficaram alagadas.

Pemba, a cidade mais afetada pelo fenômeno mais recente, registrou 168 milímetros de chuva em apenas um dia, volume maior do que o esperado para todo o mês de abril, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique. De acordo com previsões, a chuva deve continuar pelos próximos dez dias e seu volume deverá ser o dobro das causadas pelo Idai, o que aumenta o risco de enchentes e deslizamentos de terra.

Resgate e ajuda
Até o fechamento desta edição, 300 pessoas tinham sido resgatadas de comunidades isoladas pelas chuvas. Bombeiros brasileiros, em Moçambique desde março, levaram mais de cem pessoas para abrigos em lugares mais seguros. No total, 14 bombeiros de Minas Gerais e da Força Nacional fazem parte da equipe enviada a Pemba.

As fortes chuvas dificultam o resgate, impedindo a saída de aviões e barcos, além de causar alagamentos em estradas e destruição de pontes.

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que enviará 13 milhões de dólares (o equivalente a 51 milhões de reais) a Moçambique e às Ilhas Comores (país também afetado pelo ciclone) para compra de água, comida e reparos na infraestrutura.

31.256 hectares de plantações destruídas

320 postes de energia danificados

207 MIL pessoas em abrigos

Correspondente internacional
“A noite em Pemba foi um terror: chuva intensa e forte vento destruindo infraestruturas (principalmente, moradias). O muro da nossa casa foi parcialmente destruído, ficamos sem água e energia elétrica. Um comunicado orientou a não sair às ruas durante o período de ação do ciclone. Fiquei dois dias sem ir ao trabalho. Minha sobrinha, de 13 anos, e minha irmã, de 19 anos, deixaram de ir à escola. Eu e minha família ajudamos outras pessoas em situação pior, doando material de construção, por exemplo. Esperamos que os afetados possam superar as perdas com apoio material e psicológico para levar a vida adiante.” Vasco Gonzaga, 30 anos, morador de Pemba

#pracegover: Vasco Gonzaga olha para frente. Ele usa camiseta branca. Imagem: arquivo pessoal.

Fontes: Agência Brasil, CNN, Estadão, Folha de S.Paulo, G1 e ONU. C

Notícia publicada originalmente na edição 130 do jornal Joca.

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