Por Vinicius Marques 

“O QUE VOCÊ vai ser quando crescer?” é uma das perguntas mais feitas às crianças. Porém é consenso de que o preparo dos jovens para a vida depois da escola deve ser gradual, respeitando o tempo de cada um. É desse modo que André Rebelo, coordenador pedagógico do ensino médio Colégio Vital Brazil, em São Paulo (SP), acompanha seus estudantes. Para os alunos do ensino fundamental, André pensa que uma boa maneira de falar sobre o futuro é voltando um pouco para o passado. “Quais histórias meus pais e avós têm para contar?” é um ponto de partida, por exemplo.

Na 1ª série do ensino médio, os estudantes têm, quinzenalmente, uma disciplina chamada “Projeto de vida”, na qual elementos da própria existência do aluno são trabalhados. “Não dá para eu fazer um projeto de vida se não pensar que estou vivo agora”, explica André. Nessa aula, questões mais práticas também são abordadas, como organização do tempo e estudo. “O jovem já tem angústias, então, em vez de só falar de futuro, temos que falar muito mais de presente, de tudo que se está estudando agora, para colher lá na frente.”

#pracegover: ilustração de vários estudantes sentados em uma roda dentro de uma sala de aula. Nas carteiras, há livros abertos. Ao fundo, janelas e estantes com livros. Crédito de imagem: DREAMSTUDIO BY STABILITY.AI

Depois, na 2ª e 3ª série do ensino médio, a escola faz uma trilha que passa por autoconhecimento, identificação profissional, apresentação das profissões e elaboração de possíveis planos.


Cultivando Sonhos 

Na escola Avenues, em São Paulo (SP), há uma disciplina opcional em que os estudantes podem desenvolver algo novo com impacto positivo para a sociedade. Foi nessa disciplina, comandada pela professora Michelle Fidelholc, que as alunas do 9º ano Maria Isabel B. e Laura T. elaboraram o projeto Cultivando Sonhos. Ambas estudaram o tema do abandono escolar e perceberam que, segundo pesquisas, uma das justificativas para os estudantes, principalmente de escola pública, deixarem a escola era a falta de interesse e perspectiva. “Então, a nossa ideia foi oferecer uma mentoria grátis para eles encontrarem a carreira dos sonhos”, conta Laura.

A ideia é começar o projeto atendendo jovens de 12 a 18 anos da comunidade Jardim Panorama, próxima à escola, a partir do programa Leap, uma iniciativa de professores e estudantes da Avenues que oferece diversas aulas e serviços para os moradores do local. O objetivo da ação é proporcionar um atendimento individual para cada aluno. “Então, se um estudante tiver interesse em arquitetura, eu, por exemplo, chamo a minha mãe, que é arquiteta, para ser voluntária e orientá-lo”, diz Maria Isabel. O Cultivando Sonhos também pretende ajudar os jovens a contemplar todas as possibilidades: como fazer um vestibular, um curso técnico ou conseguir um emprego. Já com os menores, o intuito é incentivá-los a permanecer estudando e acreditando em seus sonhos. “Se alguém de 12 anos sonha em ser médico, mas não acha possível, queremos mostrar os caminhos para que consiga isso”, diz Laura. Iniciado em 2023, o Cultivando Sonhos passa agora pelas últimas fases de planejamento e definição do corpo de voluntários e das aulas, que começam no segundo semestre.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 222 do jornal Joca.

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