Texto escrito por leitora do Joca
Corria pelo corredor branco o mais rápido que conseguia; enquanto avançava pelo longo corredor, apenas pedia a Deus para que não fosse tarde demais.
Quanto mais me aproximava do fim do corredor, mais difícil ficava respirar; com a máscara, respirar se tornava uma tarefa quase impossível.
Cheguei ao final sem ar algum em meus pulmões e, então, abri a porta em um rompante. Fiquei em choque com o que vi: o senhor Lima estava deitado sem mover um único músculo. A doutora Roberta estava olhando para ele com um olhar triste.
– O que aconteceu? – perguntei em um sussurro um pouco ofegante.
– Parada cardíaca. – disse ela, apenas.
– M-mas… Como? – perguntei sem entender. – Ele estava melhorando!!! – digo exasperada, mas em tom baixo.
– Ele era um homem velho, Marina. – disse a doutora olhando para mim. – E ele já tinha um histórico de problemas cardíacos, acho que apenas… foi demais para ele aguentar. – disse ela, com pesar.
– Com ele são 12 só hoje, que foram mortos pelo vírus. – disse sem emoção enquanto olhava para o corpo do gentil senhor, agora sem vida.
– Vamos, Marina. – disse a doutora enquanto se encaminhava para a porta. – Temos outros pacientes para cuidar.
Ouço quando a porta se abre e logo em seguida escuto o barulho dela se fechando. Deixo que algumas lágrimas caiam e molhem meu rosto e máscara enquanto observo o corpo sem vida à minha frente.
Retiro minha máscara do modo correto, jogo-a no lixo, passo álcool em gel na mão para pegar uma nova e, com um suspiro, coloco-a em meu rosto.
Olho uma última vez para o senhor Lima e saio do quarto.
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Amei! Muito envolvente e ficou aquele gostinho de "quero mais".
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