O Joca entrevistou profissionais da área de saúde, que colaboram no combate à covid-19, e seus filhos. Confira o que eles têm a dizer sobre o momento que vivem

#pracegover: Mariana e Mayara estão abraçadas e sorrindo. Foto: arquivo pessoal

“Tenho saído para trabalhar normalmente, já que o meu serviço é considerado essencial. Eu faço a limpeza e desinfecção do local. Tenho medo de ser contaminada e trazer o vírus para casa — tenho quatro filhos que moram comigo. Mas estou com saúde, então tenho a oportunidade de trabalhar pelo bem dos outros. Temos que ter força e seguir em frente mesmo durante os dias difíceis. Vamos ter esperança de dias melhores.” Mariana Barbosa, gari da área hospitalar do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio de Janeiro (RJ)

“Eu fico preocupada de a minha mãe pegar o vírus. Toda hora eu falo para ela se cuidar. Para mim, este momento de pandemia está sendo muito difícil. Fico muito triste em ver tantos casos. Espero que essa doença acabe logo e que a gente possa voltar a viver a nossa vida normalmente.” Mayara F., 10 anos, filha da Mariana Barbosa

#pracegover: Naira e João estão lado a lado, em uma área arborizada, sorrindo. Foto: arquivo pessoal

“Tem sido uma experiência totalmente diferente. Temos que tratar uma doença nova e desconhecida. Mas é bom poder ajudar as pessoas a enfrentar o sofrimento físico e emocional. Sou uma das médicas assistentes que fazem rodízio em plantões em uma das enfermarias. Meu trabalho inclui cuidar dos pacientes que vêm do pronto-socorro ou que saem das UTIs [Unidades de Terapia Intensiva] após quadros graves de insuficiência respiratória [quando a pessoa não consegue respirar direito]. O que é gratificante é que conseguimos dar muitas altas para os que melhoram.” Naira Hojaij, médica geriatra do Hospital das Clínicas, São Paulo (SP)

“Quando ela sai para trabalhar, sinto saudades e preocupação, mas não fico aflito. Acho que esse tipo de comportamento é pessimista e prejudicial à harmonia da nossa casa. Eu costumo conversar com ela sobre o trabalho durante o almoço ou jantar. Falamos sobre o estado dos pacientes e discutimos como a história do mundo irá mudar depois desta pandemia.” João H., 14 anos, filho de Naira Hojaij

#pracegover: Rômilson e Rafaela posam para foto em uma praça de alimentação. Ela usa chapéu rosa e ele está segurando uma casquinha de sorvete. Foto: arquivo pessoal

“Eu chego à unidade de saúde, visto avental e coloco óculos, capacete de proteção (para não cair secreção na gente), máscara e luvas. Sou responsável pela triagem [o primeiro atendimento que um paciente recebe]. Avalio o paciente como um todo — checo temperatura, pressão… Ali, posso detectar alguns sintomas da covid-19. Caso a pessoa apresente sintomas, encaminhamos para uma sala reservada e chamamos o médico para avaliar. Caso haja suspeita, a gente faz a coleta do exame e envia para o laboratório, que fará a análise. Eu tenho medo de me contaminar. Ao mesmo tempo, estou feliz em ajudar e dizer uma palavra amiga.” Rômilson O., enfermeiro da AMA (Assistência Médica Ambulatorial) São Jorge, São Paulo, (SP)

“Eu fico muito orgulhosa do meu pai. Ao mesmo tempo, tenho medo de ele ser infectado. Um amigo dele que era enfermeiro teve a doença e morreu. Além disso, meu pai comenta que apareceram vários pacientes com sintomas onde ele trabalha.” Rafaela O., 10 anos, filha de Rômilson O.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 148 do jornal Joca.

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Comentários (1)

  • Jussara C. Santos

    3 anos atrás

    Parabéns a todos profissionais da Enfermagem pelo seu dia, em especial aqui representado o nosso Romilson grande guerreiro da Unidade do Jd São Jorge no qual também faço parte com muito orgulho. Que Deus abençoe muito vocês enfermeiros valentes e que vocês tenham sucesso sempre! Vamos vencer essa guerra! Romilson Parabéns, parabéns e parabéns

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