2023 bateu recordes seguidos de meses mais quentes em junho, agosto, setembro e outubro. Crédito de imagem: Getty Images

De acordo com o “Relatório provisório sobre o estado do clima global de 2023”, divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) — que integra a Organização das Nações Unidas (ONU) — em 30 de novembro, 2023 já é oficialmente o ano mais quente da história, antes mesmo de chegar ao fim. A média da temperatura global esteve 1,4 grau Celsius (°C) mais alta do que no período pré-industrial (antes da Revolução Industrial, que ocorreu entre os séculos 18 e 19). O relatório definitivo sobre o clima em 2023 deve ser divulgado no primeiro trimestre de 2024.

O último ano detentor do marco foi 2016. Segundo a OMM, apenas os dez meses registrados neste ano já atestam o novo recorde de 2023. O relatório também aponta que a comparação é feita com base em um registro de observatório dos últimos 174 anos.

O ano de 2023 bateu recordes seguidos de meses mais quentes: junho, agosto, setembro e outubro atingiram diferentes níveis no aumento de temperatura global. Aliados ao calor excessivo (alguns países, como a Itália, chegaram a registrar cerca de 49°C), outros eventos, como fortes tempestades, passagens de ciclones e furacões, secas de rios e derretimento de geleiras, demonstram o impacto cada vez maior das mudanças climáticas em diferentes partes do globo. 

O que mais diz o relatório?

Ainda segundo a OMM, o ano de 2022 também registrou índices recordes da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs), fator que influencia diretamente no aquecimento global. É importante ressaltar que 2023 foi marcado pela ocorrência do El Niño, fenômeno natural que acontece no Oceano Pacífico e afeta a temperatura e os padrões de chuva em todas as regiões do mundo. Em consequência do aquecimento das águas com o El Niño, a temperatura global também se eleva em até 0,2°C. De acordo com a OMM, o fenômeno deve durar até abril de 2024, fazendo com que o próximo ano continue apresentando termômetros em elevação.

O documento também mostra um aumento do nível dos oceanos (o que reflete o derretimento das geleiras) e uma subida nas temperaturas médias globais dos mares. Na Antártida, a extensão do gelo marinho atingiu um nível recorde de baixa desde 1979, quando a área passou a ser monitorada por satélites.

O relatório ressalta a urgência da tomada de medidas para a redução de GEEs neste momento, sob o alerta da comunidade científica de que conter as consequências do aquecimento global pode estar se tornando uma tarefa cada vez mais inalcançável. O assunto é uma das pautas principais da COP28, que está sendo realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, assim como a criação de ações para enfrentar os problemas climáticos diante das realidades econômicas distintas dos países. Saiba mais aqui sobre o encontro. 

Glossário

Gases de Efeito Estufa (GEEs): gases poluentes, como dióxido de carbono, que ocasionam o efeito estufa. Ao serem liberados (por transportes ou indústrias, por exemplo), esses gases sobem para a atmosfera terrestre e ficam “presos” ali, acumulando-se em uma espécie de camada. Essa camada impede o calor de sair da Terra e, ao ser intensificada pela ação humana, leva ao aquecimento global, responsável, por exemplo, pelo derretimento de geleiras, que faz com que o nível dos mares aumente. 

Fontes: OMM (Provisional State of the Global Climate 2023), O Globo, UOL e OMM.

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Comentários (2)

  • 2024 tem início de ano mais quente da história - Jornal Joca

    2 meses atrás

    […] Ainda segundo o relatório, a temperatura média de 13,14°C é considerada alta pois leva em consideração áreas de extremo frio, uma vez que o Hemisfério Norte do planeta enfrenta um forte inverno. Vale lembrar que, desde julho de 2023, todos os meses bateram recordes como os mais quentes da história, fazendo com que 2023 chegasse ao fim como o ano mais quente registrado em relação ao período pré-industrial.  […]

  • Maior Iceberg do mundo pode desaparecer - Jornal Joca

    3 meses atrás

    […] O navio encontrou na ilha de gelo diversas cavernas, ou seja, buracos causados, principalmente, pelos recordes de temperaturas que o planeta Terra vem registrando nos últimos meses. Saiba mais aqui sobre o crescimento constante de níveis elevados de calor pelo mundo.  […]

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