Estabelecer um bom diálogo com os filhos nem sempre é uma tarefa fácil. Assim, justamente pela dificuldade que ela, muitas vezes, representa, os pais devem trabalhar constantemente para que a comunicação com as crianças e adolescentes tenha o mínimo possível de ruídos e atritos.

Você é a primeira pessoa que eles vão procurar para fazer perguntas ou contar novidades nos primeiros anos de vida. No entanto, à medida que amadurecerem, passarão por fases em que podem se fechar, fugindo de perguntas e conversas.

Por isso, a comunicação deve estar presente de maneira positiva em todas etapas do desenvolvimento dos seus filhos, o que vai permitir que você esteja sempre a par do que acontece com eles, além de ajudá-los a lidar com dificuldades e confiarem em você quando precisarem de conselhos.

Quer saber como incentivar uma comunicação aberta com os filhos? Confira as dicas que listamos para fazer do diálogo um valioso aliado no seu relacionamento com eles!

Aproveite a curiosidade deles a seu favor

Sabe aquela fase em que tudo é motivo de curiosidade para uma criança, quando ela não pensa duas vezes antes de disparar uma pergunta após a outra? Nessa etapa, paciência e afeto são imprescindíveis sempre que seus filhos solicitarem sua atenção.

Nesses momentos, sente-se com eles ou ajoelhe-se para fazer contato visual no mesmo nível de altura e demonstrar que está disponível para ouvi-los e ajudá-los com suas dúvidas. E lembre-se: a maneira como você fala e reage, mesmo quando deve repetir a mesma informação de forma didática e clara inúmeras vezes, faz toda a diferença para fortalecer os laços e o diálogo.

Dizer, tranquilamente, “só um minuto, (nome dele), vou terminar essa tarefa e já te dou atenção”, cumprindo sua promessa assim que tiver tempo, é completamente diferente de um “agora não!” ou um “estou ocupado(a)” ríspido e impaciente, que pode desencorajá-los e afastá-los, dando a ideia de que eles não são importantes e que não devem procurá-lo em caso de dúvidas.

Por outro lado, usar frases como “estou ansioso(a) para ouvir o que você quer me falar” e “fico feliz que queira conversar comigo”, ou ainda “gosto da sua companhia” são ótimas maneiras de mantê-los próximos e dar o melhor exemplo de como se comportar ao se relacionar com você e outras pessoas.

Saiba quando e como fazer perguntas para eles

Assim como há momentos em você pode estar fazendo algo importante ou com alguma indisposição que não permita dar atenção imediata quando seu filho requer, o mesmo pode acontecer com eles. Em outras palavras, quando chegam da escola, por exemplo, também precisam de tempo para descansar e refletir sobre tudo o que aconteceu depois de um dia cansativo.

Portanto, ao invés de fazer perguntas imediatamente após a sua chegada, insistindo em saber “como foi na escola hoje?”, apenas diga algo como “se quiser me contar como foi seu dia na escola, vou ficar muito feliz, então, quando puder conversar, estarei aqui para te ouvir”.

Isso dá tempo para pensarem e organizarem com calma o que vão relatar e evita respostas desinteressadas ou curtas como “foi bom”.

Da mesma forma, quando perceber que estão tristes ou chateados, tente uma abordagem indireta, uma vez que lidar com os sentimentos e falar sobre certos assuntos pode ser algo um tanto delicado para os jovens.

Experimente sondá-los despretensiosamente, perguntando, por exemplo, “quais são as pessoas (ou coisas) que te deixam mais feliz?” e “quais são as que deixam você chateado?”. Conforme as pistas que eles lhe derem, pergunte por quê, se alguém fez algo para deixá-los assim, enfim, mostre empatia para ajudá-los a superar o que quer que tenha ocorrido.

Outra dica é identificar oportunidades de diálogo que podem surgir quando eles se aproximam espontaneamente de você ou, também, por meio da sua iniciativa, participando da vida deles enquanto lhes faz companhia para assistir televisão, brincar ou jogar videogame.

Tenha empatia e evite julgamentos no diálogo com os filhos

Isso significa deixá-los falar sem interrupções, dando tempo para que consigam se expressar enquanto você escuta e mostra empatia, sinalizando que se preocupa e entende o ponto de vista deles. “Então é isso que está te aborrecendo” ou “sim, entendo perfeitamente” são alguns exemplos de frases que você pode usar em momentos como esse.

Usar sua experiência para encorajá-los a se abrir também pode ser uma ajuda e tanto, pois muitas das inquietações e dúvidas do seu filho(a) podem ter sido vivenciadas por você no passado. Isso faz com que eles percebam que, ao contrário do que pensam, os adultos entendem o que estão passando.

Quer um exemplo? Que tal ganhar sua confiança dizendo: “você sabia que já aconteceu algo parecido comigo quando eu tinha a sua idade?” e contar como fez para lidar com essa situação, ajudando-o a pensar em soluções para também fazer o mesmo?

Mas, atenção: seja honesto, admita que você já foi jovem um dia. Se cometeu um erro ao lidar com essa situação no passado, relate-o ao seu filho. O ideal é que você forneça a ele um ferramental com o qual ele possa chegar às próprias conclusões.

Tenha em mente que atitudes como essa são muito mais efetivas para uma comunicação aberta — principalmente quando os filhos cometem erros —, se comparadas a julgamentos e sermões precipitados sobre por que estão errados e não devem agir de determinada maneira — o que, por sua vez, sim, faz com que se fechem e passem a temer qualquer possibilidade de diálogo.

Dê possibilidade de escolha para eles

Ao invés de fazer imposições que façam seus filhos pensarem que não possuem possibilidade de escolha, procure maneiras de dialogar que mostrem que eles têm poder de decisão sobre aquilo que você espera que eles façam. O que implica sugerir condições e alternativas sobre as direções que eles devem seguir.

Mesmo quando não há espaço para negociação, uma abordagem que dê opções para decidirem o melhor caminho ajuda a evitar conflitos e permite resolver os problemas de forma saudável. Por exemplo: muitos jovens relutam em tomar banho diariamente. Em vez de gritar e obrigar seu filho a obedecê-lo na hora que você quer, experimente dizer que o compreende, mas que, neste caso, a única escolha que ele poderá fazer é a respeito de quando tomará o seu banho.

Explique a importância da higiene e por que ele não pode abrir mão disso, mas permita que ele decida o melhor horário para realizar a atividade.

Manter uma linha de comunicação aberta com os filhos é uma atividade diária, que demanda tempo e esforço, principalmente, por parte dos pais. É por meio do exemplo que têm em casa que crianças e jovens aprenderão a se comunicar com eficiência num mundo cada vez mais conectado e exigente.

Agora que você já sabe como ter um diálogo com os filhos, compartilhe este artigo nas suas redes sociais!

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