Rua comercial de Viena, na Áustria, vazia durante o lockdown. Foto: Getty Images

Em meio ao aumento do número de casos de covid-19, a Áustria declarou lockdown (confinamento total) no dia 22 de novembro. Com isso, hotéis, restaurantes e estabelecimentos de serviços não essenciais (como lojas e cabeleireiros) não poderão abrir as portas por dez dias.

As restrições valem para o país todo e precisam ser cumpridas tanto por pessoas que já se vacinaram contra a doença como por indivíduos não imunizados. Ao longo do confinamento, a população só estará autorizada a sair de casa para comprar itens essenciais (como comida e remédios) e ir para escolas, hospitais e locais de trabalho (no caso daqueles que não podem realizar o serviço de sua residência).

No início da semana anterior ao novo lockdown, a Áustria já tinha imposto um confinamento apenas para pessoas não vacinadas. Porém, com o aumento no número de casos, as autoridades decidiram fazer com que as medidas restritivas durassem mais tempo e passassem a valer para toda a população. O plano, no entanto, é que pessoas vacinadas possam voltar a sair de casa quando esse isolamento acabar, daqui a dez dias. Aquelas que não se vacinarem terão que continuar isoladas.  

O governo da Áustria espera que, com o novo lockdown, o vírus se espalhe com menos velocidade e infecte menos indivíduos, já que haverá menos pessoas circulando pelas ruas. Hoje, o país tem a terceira maior taxa de transmissão do novo coronavírus do mundo. Na semana anterior ao início deste confinamento, por exemplo, a Áustria registrou a pior taxa de incidência de casos de covid-19 desde o início da pandemia – para cada grupo de 100 mil habitantes da nação, mais de mil estavam com a doença.

Segundo o Ministério da Saúde do país, a situação se deve, em grande parte, à variante delta, que se espalha mais rapidamente, e ao alto número de pessoas que se recusam a receber a vacina contra a covid-19 – apesar de os principais especialistas em saúde do mundo considerarem os imunizantes seguros e eficazes contra a doença. Estima-se que apenas 66% da população da Áustria está com a vacinação completa, o que consiste em uma das menores taxas de vacinação da região ocidental da Europa.

Além do lockdown, para diminuir o número de casos, o governo austríaco anunciou que pretende tornar a imunização obrigatória na nação a partir de 1º de fevereiro do ano que vem. A medida fará com que a Áustria se torne o primeiro país da Europa a criar uma lei para forçar os cidadãos a se vacinar.

Protestos contra o lockdown
Em Viena, capital da Áustria, centenas de pessoas saíram às ruas em 20 de novembro para protestar contra o lockdown. Os manifestantes são contra, principalmente, as medidas restritivas (como fechamento do comércio) e o anúncio do governo de que tornará a vacinação obrigatória no país a partir de 2022.

Os participantes caminharam em ruas da cidade com cartazes e bandeiras do país nas mãos. Muitos não usavam máscara (item obrigatório na Áustria) e pertenciam a grupos contrários à vacina contra a covid-19. Esses movimentos são criticados pelas principais autoridades e entidades de saúde do mundo – elas afirmam que quem se recusa a receber a vacina está colocando a própria vida e a dos outros em risco.

Casos de covid-19 na Europa
Além da Áustria, nas últimas semanas, outros países europeus têm observado um aumento no número de casos de covid-19. Os principais atingidos são as nações do leste da Europa, onde grandes parcelas da população se recusam a tomar as vacinas contra a doença. Na segunda semana de novembro, a Bulgária, por exemplo, registrou 1.186 casos da doença, um recorde para o país desde o início da pandemia. Desse total, mais de 90% dos infectados não tinham se vacinado.

Assim como a Áustria, para conter o vírus, nações muito afetadas pela doença também estão impondo medidas restritivas. No dia 22 de novembro, a Eslováquia e a República Tcheca impuseram lockdown parcial em seus territórios. Atualmente, a Eslováquia tem a quarta maior taxa de infecção de covid-19 no mundo – na segunda semana deste mês, para cada grupo de 100 mil habitantes da nação, 917 estavam infectados. Já a República Tcheca registrou, no dia 18, mais de 12.420 casos, o maior número de infectados desde o início da pandemia.  

Os lockdowns dos dois países, porém, valem apenas para pessoas não vacinadas. Indivíduos que já foram imunizados poderão continuar circulando normalmente pelas ruas.

Fontes: CNN, DW, G1, UOL e O Globo.

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