por Joanna Cataldo

O Dia dos Professores é comemorado todo dia 15 de outubro. Em 2020, em razão da pandemia do novo coronavírus, os educadores tiveram que mudar completamente a rotina. Muitos tiveram que se adaptar a novas ferramentas tecnológicas, novas formas de dar aula e até novas maneiras de interagir com os alunos.

Ao Joca, professores e coordenadores compartilharam alguns dos desafios, dificuldades, aprendizados e momentos felizes que tiveram ao longo destes últimos meses.

Leia os depoimentos deles e, depois, faça uma homenagem para os seus professores. Deixe um recadinho para eles na caixa de comentários desta matéria. Temos certeza de que eles vão adorar!

“Para mim, falar das aulas durante a pandemia é o mesmo que falar de superação. Eu sou professora há mais de 25 anos. No início do isolamento, fiquei desesperada ao me deparar com o desafio de ter que entrar na casa dos alunos e fazer com que eles aprendessem os conteúdos, que em alguns casos são difíceis. Transformar o que a gente fazia de maneira natural, com olho no olho em aulas on-line, sem contato físico, sem a facilidade de ler as expressões dos alunos, foi muito assustador. Mas eu não fiquei paralisada. Utilizei o que eu aprendi nas formações proporcionadas pelo colégio e continuei buscando ferramentas para continuar ajudando os meus alunos e levar para eles tudo do que eles precisavam. Inclusive, carinho e acolhimento em um momento tão difícil. Ficava feliz quando via que as coisas estavam dando certo, que as crianças estavam aprendendo e que os vínculos afetivos estavam sendo ampliados. Fiquei contente por ainda ter força e capacidade para inovar. Todas as dificuldades estão sendo recompensadas pela sensação de que, no fim, eu aprendi mais do que ensinei.” – Melissa Brino

“O ano de 2020 teve muitos desafios, aprendizagens e medo. Nesses tempos, tivemos como desafios, por exemplo, fazer contato remoto com os pais dos alunos, pois nem todos tinham acesso à internet wi-fi. Fizemos, então, uma pesquisa e vimos que a forma mais fácil de nos comunicar com os pais e as crianças era por meio do WhatsApp. Assim, montamos grupos nessa ferramenta e explicamos aos pais como eles teriam que passar os conteúdos para as crianças. Alguns responsáveis não sabiam ler e escrever. Então, não adiantava a aula estar toda bonitinha no PowerPoint se os pais não sabiam ler e, assim, ajudar os filhos. Ao mesmo tempo, muitos estavam sem trabalhar e as crianças não tinham o que comer. Então, fizemos campanhas para distribuir cestas básicas. Conseguimos arrecadar mais de 200 cestas e ajudar as famílias. Simultaneamente, os professores tiveram que aprender a gravar aulas e a montar aulas no PowerPoint, pegar imagens na internet. Neste 15 de outubro, gostaria de homenagear todos os professores que se dedicaram e criaram tantas conexões e possibilidades para os alunos. Parabéns pelo seu dia! Vocês tornaram este ano possível. Confio muito na capacidade de todos os professores da minha escola! Para terminar, deixo uma frase de Rubens Alves: ‘Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu’.” – coordenadora Nádia Moya

“Reinvenção é a palavra que eu usaria para definir as aulas durante a pandemia. Reinvenção dos professores, dos alunos, das famílias. Adaptamos horários, grades de aulas, links de encontros on-line e atividades. Muitos desafios apareceram: não ver as crianças e não poder fazer intervenção a todo momento. Além disso, nem todas as crianças se sentem à vontade de ficar com a câmera ligada. Mas, às vezes, dou uma “choradinha” e eles ligam!  Ao mesmo tempo, tivemos algumas alegrias! Muitas atividades diferenciadas e interativas. Criamos jogos, fizemos debates, tivemos participações especiais (inclusive no Clube do Joca), descobrimos e aprendemos a usar as mais diversas ferramentas on-line! Até parabéns coletivos eu ganhei no meu aniversário… Os alunos são incríveis. Vale lembrar que somos privilegiados de ter acesso a tantas oportunidades em nosso colégio. Isso faz toda a diferença. Quem dera se toda a sociedade tivesse o mesmo.” – professor Christopher Furlan

“Sabemos o quanto está sendo difícil dar aula on-line para as crianças. Nem todos os nossos alunos têm como assistir às aulas, pois alguns não sabem usar ou não têm computador em casa. Frequentemente, temos dificuldade para interagir com eles. Eu gravo as minhas aulas, mando para uma plataforma e os estudantes têm acesso à minha gravação. Mas nada disso é tão bom como estar presente na sala de aula tirando dúvidas, conversando, colocando os alunos para interagir uns com os outros e com a gente. Mas este não foi um ano perdido. Foi um ano para repensar tudo e perceber como as coisas que acontecem no mundo afetam o nosso cotidiano.” – professora Analice dos Santos

“Neste ano, tudo o que foi programado teve que ser reprogramado várias e várias vezes. A pandemia nos fez sair da zona de conforto em todos os sentidos. Com garra e determinação, os professores tentaram se reinventar, aprender novos métodos e novas maneiras de chegar ao objetivo. Gravar aulas, reuniões on-line, questionamentos. O que mais causa agonia a um professor é não estar ao lado do seu aluno, chegar perto, abraçar, olhar nos olhos e dizer: ‘Vamos lá, você consegue. Eu acredito em você!’. Sentimos muita falta desse calor humano. Recebemos injeções de ânimo direto no coração quando recebemos um ‘bom dia, professora!’ ou ‘boa tarde, professora!’.  Sabemos que eles estão ali, ao lado de sua família, e que, na medida do possível, estão bem e não desistiram de estudar. Isso nos dá forças para continuar. Parabéns a todos os professores! Vocês são super-heróis, pois têm o maior poder de todos, o de transformar cada criança que passa em suas mãos e levar conhecimento a ela. O conhecimento transforma e constrói um ser humano do bem. Esse ser humano do bem transforma e constrói uma nação melhor. Feliz Dia dos Professores!” – coordenadora Samira Bueno

“Meus alunos têm entre 6 e 10 anos. Começamos 2020 muito animados. Mas, logo no início do ano, o coronavírus começou a cancelar tudo, em todo o mundo. A escola fechou, as aulas foram suspensas, começamos a fazer distanciamento social… Então, nós, professores, ficamos nos perguntando como chegaríamos até nossos alunos. Começamos a usar ferramentas diversas – lives, webinars, podcasts… Enfim, temos muitos desafios. A desigualdade social é grande. Muitos dos nossos alunos não têm acesso à internet wi-fi e tecnologia. Mas desistir é uma palavra que não existe no nosso dicionário. Aos poucos, as aulas foram ganhando um novo formato: vídeos, áudios, e-mail e as chamadas de vídeo, que nos dão uma grande alegria. O trabalho escolar não parou. A diferença é que agora cada um está em sua casa. Todos juntos pela educação. #vaipassar” – professora Telma Liberti

“Sou professora do 3º ano do ensino fundamental. Com a pandemia, a essência do nosso trabalho se manteve. Mas foi preciso repensar o percurso, rever as estratégias e, principalmente, estudar e aprender muito para que pudéssemos continuar o nosso trabalho. E tudo isso foi feito no meio do ano, com as atividades acontecendo. Isso foi um grande desafio para nós, professores, que sempre planejávamos com antecedência as nossas atividades e propostas. Começamos a gravar e editar vídeos, descobrimos novas ferramentas. Nós estamos ansiosos para nos reencontrar com os alunos em aulas presencias. Sabemos que não será como antes, que precisaremos tomar muitos cuidados. Sabemos que essa volta será sem abraços, e é isso o que mais aperta o nosso coração.” – professora Mariana Tambara

“Dou aula para o 5º ano. O início da pandemia foi um pouco assustador. Foi algo muito repentino e novo. Parecia que eu não iria dar conta. Mas como antes da pandemia o colégio em que eu dou aula já vinha nos preparando com estudos e ferramentas diferenciadas, fomos nos adaptando e os alunos também. Passamos a ter outra relação com os estudantes. De repente, estávamos dentro da casa deles. Tínhamos que levar em consideração o emocional de cada um, as limitações pessoais, as dificuldades com o sinal de internet e os equipamentos… Mas o tempo foi passando… Certo dia, recebi depoimentos muito positivos e carinhosos das famílias dos alunos. Isso me deixou muito contente. Seguimos esperançosos por um retorno breve e seguro. Mas com a certeza de que, com as conquistas que tivemos, nossas aulas nunca mais serão as mesmas.” – professora Gisele Ferreira

 “Sou professora de matemática. Não é difícil pensar nos desafios que temos enfrentado nesta pandemia. Nós temos construído essa nova forma de ensinar, uma forma que tem revelado muitos benefícios para os nossos alunos. Percebo que eles estão ganhando mais autonomia. Por mais que os desafios sejam grandes e que seja difícil resolver exercícios de matemática bem complicados on-line e não ter o olho no olho e a mão na lousa, nós estamos a cada dia nos reinventando e fazendo acontecer. Falamos sobre os conteúdos, mas levamos em consideração o aluno que está por trás daquela câmera. A escola propôs esta semana uma atividade diferente, e é muito gostoso ouvir deles que a matéria [matemática] pode ser chata, o conteúdo pode ser difícil, mas ter a gente por perto é o que vale a pena. Isso faz com que a gente ganhe o dia.” – professora Claudia Frizzarini

“Sinto uma mistura de sentimentos quando tenho que falar desse momento que estamos vivendo. Para mim, o maior desafio tem sido fazer com que o meu carinho, afeto e aprendizado chegasse a todos os meus alunos, apesar de vivermos em um país que tem muita desigualdade e que nem todos têm acesso à tecnologia. Outro desafio que eu enfrentei foi o de ter que aprender novas ferramentas tecnológicos. Tive que gravar aulas, participar de reuniões em vídeos…Fazer essas coisas me dá muito conforto, pois posso ver os rostinhos dos alunos, ouvir as suas vozes…Para mim, 2020 foi um ano diferente, em que saí da sala de aula, que era um espaço de conforto, e, de repente, tive que mudar toda a minha rotina. Parei de receber abraços e beijos das crianças, parei de ter conversas nos corredores… Mas, apesar de tudo, percebo que a cada dia fui me tornando uma pessoa mais forte e centrada. Aprendi muito nesse ano. Acho que as coisas nunca voltarão a ser como antes da pandemia.” – Professora Angélica Gomes.

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