O primeiro foi registrado em Hong Kong
No dia 24 de agosto, cientistas de Hong Kong confirmaram o primeiro caso de reinfecção pelo novo coronavírus do mundo. O paciente, um homem de 33 anos, foi diagnosticado novamente com a doença quatro meses e meio depois da primeira vez. A pesquisa com detalhes do caso foi publicada na revista científica Clinical Infectious Diseases, no Reino Unido.
“Nossos resultados provam que a segunda infecção é causada por um novo vírus, que ele adquiriu recentemente, em vez de uma disseminação viral prolongada”, afirmou Kelvin Kai-Wang To, microbiologista clínico da Universidade de Hong Kong, que estuda o caso. Ou seja, os cientistas se certificaram de que era mesmo um novo vírus e não a mesma infecção que voltou a se manifestar.
“Isso não quer dizer que não podemos adquirir imunidade contra o vírus”, explica Guilherme Marreta, infectologista do Hospital Brasília (DF). “Nesse caso, o paciente foi infectado por um novo coronavírus com um código genético diferente (ou seja, o vírus estava um pouco distinto). Isso é muito raro”, completa.
O que diz a OMS?
Maria Van Kerkhove, líder técnica do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse em entrevista coletiva que a reinfecção não é comum, mas que as precauções (como usar máscaras e evitar aglomerações) devem ser mantidas mesmo depois da doença. Ela lembrou que, apesar de a pessoa adquirir imunidade, os estudos para entender quanto tempo essa proteção dura ainda não estão concluídos.
Outras reinfecções foram confirmadas na Bélgica, Holanda e Estados Unidos. Enquanto o paciente de Hong Kong não apresentou sintomas na segunda vez em que ficou doente, o dos EUA teve sintomas ainda mais graves do que na primeira infecção.
Por meio de nota publicada no site do Ministério da Saúde do Brasil, o diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, Eduardo Macário, declarou que não há casos confirmados de reinfecção no país. O Hospital das Clínicas de São Paulo e a Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto investigam suspeitas.
Fontes: O Estado de S. Paulo, Science e The Guardian.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 156 do jornal Joca.
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