Você já ouviu falar da Síndrome da Gaiola? Esse distúrbio atualmente acomete muitas crianças e adolescentes como consequência do isolamento social gerado pela pandemia da Covid-19. É caracterizado pela falta de interesse sobre os acontecimentos do mundo e sobre as relações interpessoais face a face, para além das telas e equipamentos tecnológicos. A maioria das escolas retornou às atividades presenciais e, agora, muitos educadores precisam encontrar estratégias para estimular as interações físicas e ampliar o contato de seus estudantes com o que ocorre na sociedade e no planeta. Uma estratégia de estímulo aos jovens é a leitura de jornal infantojuvenil, que oferece notícias atuais e matérias de conhecimentos gerais que podem aguçar a vontade de restabelecer o contato com o mundo.
O que é a Síndrome da Gaiola?
O fenômeno consiste na dependência de tecnologia por parte de crianças e adolescentes aliada à falta de vontade de estudar, conversar com amigos e familiares e brincar ao ar livre, resultando em jovens que desconsideram o mundo além de suas casas, celulares, computadores e videogames. O termo, criado pelo psiquiatra da infância e adolescência Gabriel Lopes, faz alusão aos pássaros criados em cativeiro que, mesmo quando expostos à natureza, não sabem mais viver livremente.
Segundo uma matéria da Universidade de São Paulo (USP), a Síndrome da Gaiola não vem sozinha: costuma estar aliada a outros transtornos, como ansiedade, estresse e depressão. Na pandemia de Covid-19, muitas pessoas que apresentavam alguns desses transtornos se assustaram com a possibilidade de ficar doentes ou perder entes queridos e, por isso, passaram a evitar o contato com o exterior. Dessa forma, intensificaram os sintomas que já possuíam e ainda desenvolveram a síndrome.
A relação entre a escola e a Síndrome da Gaiola
Infelizmente, o retorno às aulas presenciais se torna ambíguo para quem é acometido pela síndrome. Ao mesmo tempo em que a escola pode servir de gatilho para o jovem se sentir mais ansioso, visto que ele voltará a fazer provas, relacionar-se presencialmente com outros indivíduos e estar novamente nos espaços físicos será fundamental para o seu desenvolvimento. Sabemos que as abordagens educacionais não são suficientes no modo on-line. O contato com os colegas de turma, funcionários e todo o ambiente escolar (quadras, pátios, salas de aula, bibliotecas) influencia diretamente na formação dos estudantes como indivíduos e cidadãos.
Os educadores, portanto, retornam às atividades presenciais com mais este desafio. Como reconquistar a atenção dos alunos após o período remoto? Via de regra, não se trata apenas de desinteresse ou simples estranhamento, mas de uma enfermidade que deve ser tratada por médicos e psicólogos, amparada por estratégias pedagógicas promovidas pelas escolas.
Quais os benefícios da leitura de jornal infantojuvenil na escola?
Nesse contexto, o jornalismo infantojuvenil contribui para a reinserção dos estudantes nas aulas presenciais. O professor que inclui atividades de leitura de jornal infantojuvenil na preparação de suas aulas leva aos alunos os seguintes benefícios:
- O direito à informação (relembrando que ele não é exclusivo aos adultos) e a um meio de comunicação que faça os alunos se sentirem representados e parte deste mundo. Quando se trata do jornal impresso, esses sentimentos se intensificam devido à concretude desse suporte, que oferece uma leitura mais focada em relação à leitura em tablets, celulares e computadores.
- O estímulo à interação saudável entre os colegas de turma por meio de rodas de leitura e de conversa. Assim, o jovem se relaciona com outras pessoas e ainda é instigado a falar o que pensa, bem como a escutar outras visões e opiniões.
- A facilidade de aproximação do conteúdo visto na escola com o mundo externo a ela, sendo mais fácil manter os alunos interessados no que é estudado.
- Conteúdos que vão desde atualidades e assuntos sérios até temáticas mais leves, como curiosidades e informações divertidas.
O Joca, pioneiro no jornalismo infantojuvenil no Brasil, prepara uma seleção de conteúdos educativos que atraem a atenção dos jovens e os coloca em contato com o que acontece no mundo. Por exemplo, na seção Coleção, a cada edição, há uma reportagem sobre um tema diferente. Você pode conhecer o tipo de roupa vestido na Índia e como era a indumentária do Antigo Egito. Há também uma seção inteira só com notícias malucas e elas fazem sucesso entre os leitores por promover a curiosidade e lhes fazer perceber como o planeta é grande e interessante.
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