Carolina R., 12 anos, Lívia A., 11 anos e Olivia S., 10 anos

Lucas B. L. tem apenas 15 anos, mas já começou a se preparar para a carreira de dublador. No fim de 2019, ele concluiu o curso de introdução à dublagem. Nascido na capital paulista, o jovem sempre se interessou pelo assunto. Desde criança, imitava a voz dos personagens infantis e também gostava de cantar jingles de comerciais de TV.

Às repórteres mirins Carolina R., 12 anos, Lívia A., 11 anos, e Olivia S., 10 anos, ele contou ter escolhido essa profissão porque é tímido e, como dublador, não precisa expor o rosto ao público. A seguir, saiba mais sobre a história de Lucas e conheça os planos dele para o futuro.

Por que você decidiu trabalhar com dublagem?
Porque é um ramo muito interessante, não me expõe da mesma forma como outros setores da arte em geral. Só expõe a sua fala. Então, para pessoas que têm muita vergonha, como eu, a dublagem é mais fácil.

Como você descobriu a área da dublagem?
Eu descobri em um canal do YouTube que faz entrevistas com dubladores. Comecei a segui-lo e me interessei, procurei um curso e me inscrevi.

Você tem algum ídolo no mundo da dublagem?
Sim! O nome dele é Guilherme Briggs. Ele dubla um personagem do filme de que eu mais gosto: o Buzz Lightyear, do Toy Story.

Há algum personagem que você gostaria muito de dublar?
O próprio Buzz Lightyear, como o Guilherme Briggs.

Como é o curso de introdução à dublagem?
O curso é formado por módulos. Em cada módulo nós fazemos uma coisa: animação, filmes estrangeiros, reality shows, tudo o que passa na TV.

Qual vertente da dublagem você pensa em seguir?
Séries, filmes… Acho legal. Assistir às produções antes de todo mundo também é legal, porque recebemos o vídeo e o roteiro primeiro para poder dublar.

O que seus amigos acham de você ser dublador?
Eles acham bem chato, porque têm um olhar diferente. Eles acham que ser artista não é um trabalho.

O que você pensa sobre isso?
Eu acho bem chato, porque as pessoas perguntam: “Com o que você trabalha?”. Eu digo: “Sou artista”. Porém, ainda questionam: “Mas, na verdade, com o que você trabalha?”. Mas ser artista é um trabalho como qualquer outro e também precisa de muita disposição.

Há alguma grande diferença entre dublar animação e live-action [filmes feitos com atores reais]?
Sim, porque no desenho a minha voz se destaca mais por ser mais infantil. E em live-action é mais com adultos, e a minha voz não combina muito. A dublagem funciona por “escalação”: a pessoa acha que a sua voz combina com o personagem e te escala para isso. Então, é mais fácil trabalhar com animações. E é mais legal dublar desenhos, porque você assistiu a vida inteira (risos).

Quanto tempo demora para você dublar um episódio?
Um episódio de 20 minutos, por exemplo, sendo o personagem principal, demora de duas a três horas para dublar. E todos os personagens ficam juntos na hora da dublagem? Depende. Se é uma cena de canto, que todos irão cantar, ficamos juntos porque as vozes estarão juntas na cena. Mas, se for uma conversa, eu vou em um horário e a pessoa que participa do diálogo vai em outro.

Quais são os seus planos para o futuro?
Primeiro, eu tenho que fazer o curso de teatro para conseguir o documento necessário [da DRT = Delegacia Regional do Trabalho] para dublar. Farei mais aulas de canto, porque a dublagem também envolve canto, como em um filme de musical. E, depois, quero começar a seguir a carreira, pois só posso iniciar com 18 anos. Por que é preciso fazer um curso de teatro para ser dublador? Porque precisamos expressar a emoção que o personagem está sentindo. Se ele está feliz ou com dor, a voz precisa transmitir. E o curso de teatro ensina isso.

Confira a entrevista completa no site do Joca: bit.ly/entrevista-dublador-lucas.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 147 do jornal Joca.

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