Vista aérea, fotografada em 3 de outubro, da extensa faixa de terra que a seca do rio deixou. Crédito de imagem: Bruno Zanardo/correspondente autônomo/Getty Images/reprodução

O rio Negro, um dos principais afluentes do rio Amazonas (ou seja, que desagua nele), alcançou, em 16 de outubro, a menor medição desde o início dos registros históricos, em 1902: 13,59 metros (m). Antes disso, o menor nível registrado era de outubro de 2010, com 13,63 m. Essa é uma das consequências provocadas pela seca extrema que a Amazônia vem enfrentando nas últimas semanas. Os dados são do Porto de Manaus, responsável por medir e divulgar a vazão (volume) diária do rio.

Amazônia: um dos seis biomas (conjunto específico de vida animal e vegetal) do Brasil, com clima úmido, vegetação densa e grande biodiversidade. Ocupa quase metade do território nacional.

A floresta amazônica, no segundo semestre de cada ano, entra em um período mais seco (ou seja, com menos chuvas, níveis de rios menores e aumento de queimadas), chamado de estiagem. No entanto, segundo climatologistas da WWF Brasil (organização que trabalha com preservação ambiental), a chegada do El Niño e o aquecimento das águas do Oceano Atlântico — aliados a outros fatores climáticos — estão causando uma seca maior do que a habitual.

“A combinação de mudanças climáticas e desmatamento desenfreado contribui para o agravamento e prolongamento da seca, que, por sua vez, leva ao aumento das queimadas, o que tende a exacerbar ainda mais os efeitos da estiagem, afetando o regime de chuvas. Isso impacta não apenas na vida dos povos locais, como também a economia e a segurança hídrica de outras regiões, pois o que acontece na Amazônia interfere nos demais biomas”,

diz o diretor de conservação e restauração da WWF Brasil, Edegar de Oliveira, em nota.

Em resposta às condições extremas, o governo brasileiro anunciou, no dia 13, uma série de medidas para deter as consequências de uma seca prolongada, como o envio de suprimentos e mais combates a focos de incêndio. “O governo será parceiro, é uma situação grave. Há uma previsão, que a gente espera que mude, de que outubro seja ainda um mês seco devido ao El Niño, com muita chuva no Sul e seca no Norte”, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin, após uma reunião governamental sobre o tema.

O baixo nível do rio provoca a morte de peixes e outros animais que dependem dele, isola comunidades da região, concentra maior volume de poluição e afeta ainda a economia local, uma vez que muitos produtos são transportados por ele — o que se torna pouco viável em épocas em que o rio está muito baixo.

Fontes: Porto de Manaus, WWF Brasil, governo federal, Defesa Civil AM, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, O Eco e Agência Brasil.

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Comentários (1)

  • ecc7 ecc7

    4 meses atrás

    Gostei!

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