onda de protestos
Protestos em Caracas, na Venezuela, em 30 de julho. Crédito de imagem: Jesus Vargas/Getty Images/reprodução

Desde o anúncio dos resultados das eleições venezuelanas, na madrugada de 29 de julho, o país enfrenta uma onda de protestos clamando por transparência e se manifestando contra o atual governo. Até a publicação desta matéria, mais de 20 pessoas haviam morrido nas manifestações, segundo a mídia local, e mais de mil pessoas haviam sido presas por protestar contra o presidente reeleito, Nicolás Maduro.

Em 31 de julho, o presidente pediu à Suprema Corte venezuelana (maior autoridade da Justiça) que conduzisse uma auditoria (processo de análise e revisão) das eleições. O pedido, no entanto, não foi bem-visto pela oposição, uma vez que seus integrantes foram indicados pelo próprio presidente e são controlados por ele. A auditoria ocorreu em 2 de agosto, com a presença dos dez candidatos à presidência — entre eles, Maduro e Edmundo González, seu maior rival. Até a publicação desta matéria, o país seguia sob uma onda de protestos.

Como as eleições venezuelanas funcionam?

O sistema de votação venezuelano é híbrido, ou seja, utiliza tanto a contagem virtual como impressa. O voto é registrado em uma urna eletrônica, que o imprime. O eleitor verifica se o papel confere com o que foi selecionado por ele e, por fim, deposita o voto impresso em uma segunda urna. Antes da votação, cada máquina imprime um documento comprovando que todos os candidatos têm, até ali, zero votos. Ao fim do dia, é impressa uma ata com todos os votos registrados — esse documento pode ser comparado com a urna correspondente de votos impressos.

Não há limites na quantidade de vezes que um mesmo candidato pode se reeleger. A população venezuelana não é obrigada a votar e podem participar cidadãos acima dos 18 anos. 

Uma década de crise

Durante o governo de Maduro, no poder desde 2013, o país vem enfrentando problemas econômicos e sociais graves. A população sofre com altos preços de produtos, desemprego e baixos salários. O pico da crise aconteceu entre 2015 e 2017, com a escassez de remédios e comida. Muitos venezuelanos deixaram o país em consequências dessas más condições e porque eram perseguidos pelo governo quando reclamavam. Desde 2015, 7,7 milhões de cidadãos do país (cerca de 25% da população) se mudaram para nações como Colômbia e Brasil.

Fontes: Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Edison Research, Meganalisis, Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, AP News, Nicolás Maduro (X), Maria Corina Machado (X), Edmundo González (X), Reuters, G1, Folha de S.Paulo, Agência Brasil, O Globo, BBC, Poder360 e Biblioteca Nacional.

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