Teste rápido para detectar a covid-19 em pacientes. Foto: Phil Walter/Getty Images

Um estudo conduzido por pesquisadores da cidade de Nova York revelou que o número de norte-americanos infectados pela covid-19 pode ser até 30 vezes maior do que consta nos registros — a estimativa aponta um total de 1,5 milhão de adultos contaminados entre 23 de abril e 8 de maio, número muito maior do que o oficial. Segundo Denis Nash, professor de epidemiologia da City University of New York e um dos responsáveis pela pesquisa, o dado é preocupante, pois indica que os Estados Unidos não são mais tão capazes de se adiantar ao vírus.

Em diferentes países, a quantidade de casos da covid-19 tem voltado a subir, causando o que alguns têm chamado de quarta onda. Apesar de os registros estarem mais brandos quando comparados a picos anteriores, as chances de haver grande subnotificação (ou seja, autoridades não estão notificadas sobre todos os casos de covid-19 que ocorrem) de infectados são altas — o que justificaria a estimativa apontada pelo estudo de Nova York.

De acordo com Maria Van Kerkhove, líder técnica da resposta à pandemia de covid-19 da OMS (Organização Mundial da Saúde), o coronavírus continua se disseminando em nível bastante intenso, porém em boa parte dos países já não há mais tantos testes sendo aplicados, gerando assim uma dificuldade de monitorar a infecção. Além disso, a oferta de testes domiciliares (feitos em casa) contribui para a imprecisão no número de infectados, uma vez que muitas pessoas que testam positivo não notificam nenhum ´órgão competente.

No Brasil, não tem sido diferente. O aumento de casos fez com que muitos municípios voltassem a recomendar o uso de máscaras e demais medidas de contenção. As principais razões para o surgimento da nova onda são alta transmissibilidade de novas variantes, relaxamento de medidas preventivas, baixa adesão à dose de reforço da vacina, além da redução da imunidade.

“Estamos enfrentando a quarta onda com um processo inédito. Nunca tivemos uma qualidade tão ruim de dados em termos de número de casos registrados”, diz Fernando Spilki, virologista e coordenador da Rede Corona-ômica do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) em entrevista ao portal G1. “Testa-se e registra-se muito pouco. Além disso, com a possibilidade de autoteste, para evitar burocracias, vários acabam não registrando. Nunca navegamos tão às escuras”, completou.

Fontes: Valor Econômico, Correio Braziliense, G1 e R7.

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