Na hora da aula , Marina N., de 8 anos, recebe uma uva-passa. Ela olha para o alimento, sente a textura.  Em seguida, a pedido da professora, coloca a uva-passa na boca e, sem mastigar, percebe as características da fruta. Só depois de um tempo ingere a comida. Essa foi uma das dinâmicas realizadas por Marina nas aulas que ela faz de mindful eating, prática que estimula a comer com atenção, concentrando-se nas características dos alimentos (sabor, aroma, textura, entre outros) e sensações que eles provocam.

Tudo para que as refeições sejam mais tranquilas e saudáveis. “Antes, eu comia muito rápido, não conseguia apreciar os alimentos e, quando acabava, não ficava completamente satisfeita”, conta Marina. “Depois do mindful eating, passei a sentir gostos diferentes e ficar satisfeita. Eu sempre era a primeira da família a acabar. Agora, sou a última.”

Outro que teve os hábitos alimentares modificados pela prática foi Mateus R., de 10 anos. Ele diz que, hoje, tem mais consciência sobre a quantidade de comida que ingere e adota uma alimentação mais diversificada. “Estou comendo coisas que não comia antes, como abobrinha e cenoura”, conta. “Presto atenção ao sabor, à mastigação…”, explica.

Por que praticar?
Daniela Araújo, da diretoria do Centro Brasileiro de Mindful Eating, explica que o corpo humano tem uma capacidade natural para saber o que faz bem a ele, mas muitas pessoas perdem essa habilidade ao longo da vida. “O maior benefício de estimular crianças a praticar mindful eating é fazer com que elas não percam essa habilidade, que sejam capazes de reconhecer no corpo o que precisam comer,  quanto alimento é suficiente, entre outros.”

No site do Joca, veja dicas para adotar mindfuleating no seu dia a dia: jornaljoca.com.br

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 133 do jornal Joca.