Publicado na edição 231 do jornal Joca
Por Larissa Mariano
Arar a terra, lançar sementes, regar, esperar, colher, preparar uma refeição… Estas são algumas das etapas necessárias entre a plantação de um alimento até seu consumo. Ao passar por essas fases, é preciso desenvolver a paciência, o cuidado e, às vezes, a frustração, quando algo não sai como o esperado. Vale ressaltar que, ao acompanhar de perto todos os passos do cultivo de um vegetal, legume ou fruta, a experiência de comê-los também é transformada. É dessa maneira que alunos da Escola Estadual Professora Maria de Lourdes Rosário Negreiros, de São Paulo, e do Colégio Vital Brazil, também na capital paulista, estão acostumados desde cedo a realizar atividades em hortas instaladas nas unidades escolares.
Na Professora Maria de Lourdes, a horta é um projeto feito em parceria com a Organização Não Governamental (ONG) Cidades Sem Fome, que mantém hortas urbanas e escolares. Lucimar Evangelista da Silva, diretora da escola, conta que a iniciativa possibilitou o contato próximo dos estudantes com uma variedade de alimentos naturais. A docente ressalta que muitos alunos não conheciam algumas frutas e vegetais plantados, como a beringela. Na horta da escola também são cultivados quiabo, alface, escarola, tomate-cereja e milho, entre outros.
Todos os estudantes do 1° ao 5° ano do ensino fundamental realizam alguma atividade na horta. “Nas aulas de ciências, por exemplo, são trabalhadas propostas sobre os alimentos plantados. A hora da colheita é uma festa; as crianças passam a gostar de alimentos que antes não consumiam, como rúcula e beringela”, diz Lucimar. Os itens não preparados e consumidos na escola são levados para casa. “O contato com alimentos naturais e hábitos saudáveis muda também a realidade da família”, complementa ela.
Para Pedro M. (7 anos), Davi L. (8 anos), Giovanna V. (10 anos), Davi P. (10 anos) e Rebeka R. (10 anos), as atividades têm trazido diferentes aprendizados. “O que nós aprendemos com a horta escolar foi identificar alimentos e como as verduras são importantes para nossa alimentação.”
Comer o que se plantou
No Vital Brazil, Camila Haddad, coordenadora da educação infantil e integral, relata que a horta, localizada em um bosque dentro da escola, funciona como um espaço para diferentes atividades realizadas em aula. As crianças até o fundamental I escolhem por votação o que será plantado e, a partir daí, aprendem conceitos matemáticos como proporções e medidas (dos ingredientes das receitas). No curso integral bilíngue oferecido pelo colégio, há o eixo de meio ambiente, em que os alunos aproveitam a horta em projetos relacionados a práticas sustentáveis.
“Uma coisa é eles comprarem o alimento no mercado, que já vem embalado. Mas como é colocado naquela embalagem? Qual é o preparo, qual é o cuidado com o alimento, com o solo? O que eu posso fazer ou não com essa terra quando estou no meio ambiente para que frutifique? Então, desde o solo, a plantação, até a colheita, eles têm esse olhar de cuidado”, afirma Camila.
Para além do processo de cultivo, colheita e preparo, os estudantes também exploram os sentidos. Observam e registram as texturas distintas e ilustram as cores. Aspectos socioemocionais também são estimulados: quando um alimento não frutifica, o sentimento de frustração é reconhecido e redirecionado.
Depois da colheita, os estudantes preparam receitas. Comem os vegetais colhidos no almoço servido pela escola. Ali, eles experimentam novos sabores, até então recebidos com estranhamento, como é o caso da alface e do brócolis, e dietas mais naturais.
“Eu aprendi que, quando plantamos as sementes, precisamos regá-las e ter paciência para que nasçam. Todas as plantas precisam de água e terra adubada para crescer”, conta Sarah M., 8 anos, sobre as aulas na horta. “O que eu mais gosto é de cheirar as flores e as plantas aromáticas, além de plantar”, completa Fernando I., 8 anos.
FONTES: CIDADES SEM FOME E COLÉGIO VITAL BRAZIL.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 231 do jornal Joca.
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São Paulo, 14 de outubro de 2024. A equipe de edição do JOCA Nós, alunos do 4º ano B da escola estadual Henrique Dumont Villares, lemos a notícia publicada na edição 231: "Horta na Escola", achamos interessante uma escola ter o projeto de horta, pois ajuda a entender sobre o desenvolvimento das sementes, das plantas, o processo de votação, aprenderam sobre frutas, verduras e legumes que não conheciam, a cuidar da natureza, estudaram sobre o ambiente e comeram alimentos novos que cultivaram. Essa notícia pode nos ajudar a desenvolver o nosso projeto da Horta, pois também temos uma horta. Também gostaríamos de pedir a edição do JOCA que publicasse mais curiosidades sobre invenções ou o que aconteceu em anos quaisquer do passado. Aguardamos a resposta na próxima edição do JOCA. Atenciosamente 4º ano B.
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