Ter má alimentação pode ser um dos fatores que contribuem para que crianças sejam 20 centímetros mais baixas nos países com as menores médias de altura em comparação com as crianças das nações em que as médias de altura são mais elevadas. Esta é uma das conclusões de um estudo da Imperial College London, do Reino Unido, publicado na revista científica The Lancet em 7 de novembro.

A pesquisa apontou que, em 2019, as crianças e adolescentes mais altos do mundo estavam no centro da Europa, enquanto os mais baixos moravam no Sul e Sudeste Asiático, na América Latina e na África Oriental. Os jovens de 19 anos mais altos, por exemplo, viviam na Holanda, com média de 1,83 metro. Já os mais baixos moravam em Timor Leste, com média de 1,60 metro. São mais de 20 centímetros de diferença.

Os pesquisadores analisaram mudanças de peso e de altura em mais de 65 milhões de jovens entre 5 e 19 anos, em 200 países, para comparar o nível de saúde entre eles. Os dados foram encontrados em 2 mil estudos publicados entre 1985 e 2019.

A análise reconhece que a genética (ou seja, as características herdadas dos pais) influencia na altura e no peso. Mas afirma que, quando dados de populações inteiras são analisados, a alimentação e o ambiente onde se vive têm papel mais importante. Segundo os cientistas, o impacto pode vir de fatores como a qualidade dos nutrientes e a ingestão de comidas ultraprocessadas, como salgadinhos e biscoitos recheados.

Eles recomendam que as ações dos governos pelo mundo não se concentrem apenas na alimentação de crianças menores de 5 anos, com acontece hoje, e sim que cheguem também às mais velhas e aos adolescentes.

Mais dados da pesquisa
– Em 2019, o Brasil estava em 70º lugar na média de altura mundial, em uma lista de 200. O país subiu 47 posições em relação a 1985.
– A altura média das crianças chinesas e sul-coreanas foi a que mais aumentou nos últimos 35 anos.
– Já em países da África Subsaariana, as alturas médias continuaram as mesmas ou até diminuíram no mesmo período.

Fontes: Imperial College London, G1, NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC) e The Lancet.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 161 do jornal Joca.

Ixi! Você bateu no paywall!

Ainda não é assinante? Assine agora e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Joca.

Assinante? Faça Login

Voltar para a home

Ou faça sua assinatura e tenha acesso a todo o conteúdo do Joca

Assine

Enquete

Sobre qual assunto você gosta mais de ler no portal do Joca?

Comentários (0)

Compartilhar por email

error: Contéudo Protegido