Os eventos climáticos extremos, incluindo secas, inundações, fortes tempestades e calor, são a maior causa de desastres naturais nos últimos 50 anos. Eles respondem por quase metade do número mortes ocorridas nesse período, são os que mais deram prejuízo econômico e estão acontecendo cada vez mais.

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Dernau, Alemanha, 4 de agosto: casas e outras construções destruídas por causa das enchentes. #pracegover: área destruída por enchente próximo à rio. Créditos: Maranie R. Staab_GettyImages

As conclusões fazem parte de um estudo que está sendo feito pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), entidade da Organização das Nações Unidas (ONU) para o clima, e foram divulgadas em julho. A pesquisa, chamada “Atlas da Mortalidade e das Perdas Econômicas devido ao Clima”, mapeia os grandes eventos meteorológicos que atingiram o planeta de 1970 a 2019, e será lançada em setembro deste ano.

Segundo a OMM, os desastres ligados ao clima são responsáveis, em relação aos dados das décadas estudadas, por 45% das mortes ocorridas e 74% dos prejuízos econômicos em nível global. A lista desses desastres inclui também acidentes industriais e derramamentos de petróleo.

De acordo com o levantamento no período analisado, os desastres mais mortais foram as secas, com 605 mil mortes. Em seguida, estão as tempestades (577 mil mortes), as enchentes (58,7 mil) e as temperaturas extremas (55,7 mil). Quanto ao prejuízo econômico, o primeiro lugar é das chuvas fortes, com impacto de 521 bilhões de dólares (cerca de 2,7 trilhões de reais) na economia, seguido pelas inundações (115 bilhões de dólares, aproximadamente 601 bilhões de reais).

No lançamento do relatório, em Genebra, na Suíça, o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, explicou que, com o aquecimento global, causado pelo aumento de emissões de poluentes produzidas pelos seres humanos, a atmosfera fica mais quente, causando mais chuvas e aumentando o número de enchentes. “Nenhum país – desenvolvido ou em desenvolvimento – está imune. As mudanças climáticas estão aqui e agora”, disse Taalas. Segundo ele, é preciso investir em sistemas de alerta que avisem sobre desastres causados pelo clima, evitando mortes e prejuízos econômicos.

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Área atingida pelo fogo em Greenville, na Califórnia, Estados Unidos, em 8 de agosto. #pracegover: a região tem destruição e árvores queimadas. Crédito de imagem: Thomas Lohnes

Ao redor do mundo
Como exemplo de eventos climáticos recentes, a OMM destacou enchentes, chuvas recordes e ondas de calor, que aconteceram na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos.

EUROPA
A quantidade de chuvas entre os dias 14 e 15 de julho na Alemanha foi o equivalente a dois meses de precipitação no país (saiba mais na edição 173 do Joca). As enchentes também atingiram Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Suíça, resultando em dezenas de mortes.

Incêndio florestal na Califórnia
O fogo no estado norte-americano já destruiu uma área de 130 mil hectares (equivalente a 130 mil campos de futebol) desde julho. Cerca de 400 casas tiveram de ser evacuadas e 35 pessoas morreram até o momento. Mais de cinco mil bombeiros de diversas partes do país estão trabalhando contra esse incêndio, que se alastra devido ao forte calor, seca e ventos.

Comuns na região, de clima quente e seco, os incêndios estão ficando, a cada ano, mais intensos na Califórnia. Em 2021, o fogo queimou três vezes mais vegetação do estado do que na mesma época em 2020. Este incêndio teria se iniciado depois de um cabo de energia cair sobre uma árvore, segundo investigações.

China
Na última semana de julho, inundações causaram estragos. Na cidade de Zhengzhou, capital da província de Henan, foi registrado, em apenas seis horas, um volume de chuvas que costuma ocorrer em seis meses. Mais de 300 pessoas morreram em toda a província devido às enchentes. De acordo com autoridades locais, o desastre afetou 13 milhões de pessoas, danificou cerca de 9 mil casas e causou perdas econômicas de 53 bilhões de yuans
(42 bilhões de reais).

Fontes: Agência Brasil, CNN Brasil, Good News Network, Jornal do Comércio, OMM, ONU, Só Notícia Boa e UOL.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 174 do jornal Joca.

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Comentários (1)

  • Lorenzo

    2 anos atrás

    muito legal.

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