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Área de vegetação na África. Imagem: reprodução vídeo da Grande Muralha Verde


Há 15 anos, a União Africana (organização que promove a interação entre países do continente), em conjunto com entidades como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial, começou a construir a Great Green Wall (Grande Muralha Verde) na África. O projeto tem como objetivo reflorestar a região cobrindo uma área de 8 mil quilômetros (pouco mais do que a distância entre São Paulo e Nova York, nos Estados Unidos), que vai de leste a oeste do continente. No entanto, um estudo publicado pela ONU em 27 de abril mostrou que somente uma parcela de 4% a 20% de reflorestamento já foi alcançada. Além disso, não houve avanço nos últimos dois anos.

O atraso na construção ocorre, em grande parte, pela falta de financiamento para o projeto. Dos 30 bilhões de dólares (cerca de 154 bilhões de reais) que a ONU estima precisar para que a muralha seja erguida, apenas 19 bilhões foram arrecadados até o momento pelos governos africanos e por doadores internacionais. Para os pesquisadores, o principal motivo para a falta de verba é a pandemia, que levou as nações a reduzir seu compromisso com a proposta.

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O projeto prevê que a Grande Muralha Verde atravesse o continente africano de leste a oeste. Imagem: reprodução jornal Joca

Outros desafios
De acordo com outro relatório, publicado em 2021 por pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, a execução do projeto ainda enfrenta mais obstáculos. Um deles é que a maior parte dos doadores internacionais está negociando diretamente com os governos da África em vez de se comunicar com a União Africana, o que, na prática, torna mais difícil para a União determinar de onde os financiamentos estão chegando e para onde estão indo.

Outra questão é que, em algumas regiões, as plantações não estão beneficiando as pessoas mais vulneráveis, como previa o plano inicial. O estudo indica, por exemplo, que parte das terras reflorestadas está sendo privatizada (ou seja, deixando de ser pública, de modo que não pode mais ser acessada por todos) e que mulheres não estão sendo contratadas para atuar na construção da muralha.

A meta é que a muralha esteja finalizada até 2030 e se torne a maior construção viva do mundo. Para saber mais sobre o projeto e o que ele prevê de benefícios para o meio ambiente, confira a edição 140 do Joca.

Fontes: Nature, ONU, Science Direct e The Great Green Wall.

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