“Eu era um menino atentado, fazia muita bagunça. Depois que comecei a praticar dança, acalmei. Mudou a minha vida!” Essa é a importância que Márcio, de 14 anos, atribui às aulas de dança de que participa. O estudante frequenta o Centro de Convivência Intergeracional (CCInter) Martin Luther King, em São Paulo (SP), espaço para crianças, adolescentes e adultos que oferece oficinas, alimentação e outros projetos. Tudo isso é gerido pela Associação ProBrasil, organização sem fins lucrativos que realiza ações socioeducativas em comunidades. É lá que Márcio começou a praticar o maculelê, dança de origem afro-brasileira realizada com bastões de madeira e vestimentas específicas.

Segundo Diógenes Argueles, técnico especializado do CCInter, o maculelê é um dos elementos da capoeira e representa a resistência da cultura negra. “Trabalhar com toda essa cultura com uma nova geração é quebrar com o racismo”, diz. O treinador explica que a prática ainda contribui para o desenvolvimento das coordenações motora, corporal e cognitiva.


#pracegover: estudantes dançam maculelê no CCInter. Crédito de imagem: ASSOCIAÇÃO PROBRASIL/REPRODUÇÃO E PEI JOSUÉ BENEDICTO MENDES/REPRODUÇÃO

Cultura do movimento 

A dança também está presente na Escola PEI Dr. Hélio Motta, em São Paulo (SP), nas aulas de cultura do movimento, realizadas do 1° ao 5° ano. De acordo com as professoras Ana Gomes, Debora Rodrigues e Renata Senine, a disciplina combina aulas teóricas e práticas, complementando o trabalho feito em educação física, porém com aspectos mais artísticos e culturais. As turmas do 4º e 5º ano, por exemplo, trabalham desde o primeiro semestre de 2024 os diferentes gêneros musicais. Os estudantes escolheram cinco ritmos para serem trabalhados em sala (funk, forró, piseiro, samba e pop). Eles estudaram a história de cada gênero, selecionaram uma música e montaram, coletivamente, uma coreografia. “Eu gostei de dançar, sou uma pessoa muito interativa e gosto de me mexer”, conta Bianca R., aluna do 5º ano C.


#pracegover: grupo do 6° ano da PEI Prof. Josué Mendes coreografa músicas folclóricas. Crédito de imagem: ASSOCIAÇÃO PROBRASIL/REPRODUÇÃO E PEI JOSUÉ BENEDICTO MENDES/REPRODUÇÃO

Danças folclóricas 

Danças folclóricas são expressões populares e tradicionais da cultura de um povo que unem vestimentas, instrumentos e ritmos próprios. No Brasil, há uma variedade delas, como frevo, quadrilha, xaxado e fandango. Na Escola PEI Prof. Josué Benedicto Mendes, em Osasco (SP), as turmas do 6º ano trabalharam com alguns desses ritmos no segundo bimestre, com a professora de artes Olivia Maria Meireles. “A dança é uma manifestação da nossa alegria, nós transmitimos aquilo que estamos sentindo”, afirma a educadora.

A sala foi dividida em grupos, e cada um teve de escolher uma dança para estudar, montar uma coreografia e apresentar aos demais colegas. O aluno Rafael, de 12 anos, integrou a turma que estudou o carimbó, dança típica do Pará. Ele não conhecia o gênero, mas gostou bastante de aprender. “Eu achei muito bom, porque a gente movimenta o corpo e se expressa transmitindo sentimentos. Isso é muito novo para mim. Quando dançamos sozinhos, acho que fica até um pouco mais triste, mas, com os amigos, parece que fica mais alegre.”

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 227 do jornal Joca.

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