Por Vinicius Marques 

O CENTRO NACIONAL de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) é um núcleo do governo federal responsável por prevenir possíveis tragédias socioambientais. Uma das iniciativas do órgão é o Programa Cemaden Educação, que há dez anos trabalha com escolas e outras instituições para prevenir desastres a partir do conhecimento. Ao se cadastrar gratuitamente, cada colégio se torna um pequeno centro de pesquisa que monitora e produz dados sobre a região em que está inserido. Por consequência, os estudantes passam a dispor de capacitação e experiências práticas.

Segundo Rachel Trajber, coordenadora do Programa Cemaden Educação, o projeto trabalha com dois princípios: a ciência participativa e a cidadã. Os dados coletados pelos alunos podem ser acessados pelas demais escolas e até mesmo pelas defesas civis — órgãos responsáveis por ações preventivas e de socorro à sociedade. “Essa é a melhor forma de prevenir um desastre — todo mundo monitorando e com o conhecimento sufi ciente para entender alertas e contribuir com as comunidades”, completa.


Monitoramento de chuvas no RS 

No começo do ano, seis escolas do Rio Grande do Sul começaram a trabalhar com o projeto Dados à Prova d’Água do programa, nos municípios de Erechim, Cacique Doble, Passo Fundo, Mariano Moro e Palmitinho. Esses locais não foram tão impactados pelas recentes inundações, mas alguns deles também sofreram alagamentos.

“Quando nos foi apresentado o programa, achamos muito legal, porque ampliava aquilo que já estávamos trabalhando por aqui”, diz Sônia Zakrzevski, professora da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), em Erechim. Ela coordena o Coletivo Educador do Alto Uruguai Gaúcho, grupo que aborda educação ambiental com a população, e atua como polinizadora do Cemaden Educação, isto é, contribui para disseminar o programa para escolas e jovens do coletivo. Um dos projetos que este desenvolve é o Fórum da Juventude, em que jovens de 14 a 29 anos organizam rodas de conversa e pensam em soluções diversificadas para questões relacionadas ao meio ambiente.

#pracegover: jovens estão parados em um campo verde observando um dispositivo que está na mão de uma menina. Crédito de imagem: ARQUIVO PESSOAL/REPRODUÇÃO

Já as seis escolas que aderiram começaram a atuar na construção de pluviômetros (instrumento que mede índice de chuvas) feitos de garrafa PET, instalados na escola e na casa dos estudantes. Assim, os jovens monitoram a chuva por meio de um aplicativo e um painel compartilhado entre todos os participantes do projeto.

#pracegover: dispositivo envolve uma garrafa PET posta sobre um tronco de madeira. Dentro dela há um líquido azulado. Crédito de imagem: ARQUIVO PESSOAL/REPRODUÇÃO

Para Bianca S. e Eduardo L., estudantes de Cacique Doble, participar do programa do Cemaden está sendo muito relevante, especialmente neste momento. “Ao longo da iniciativa, fizemos vídeos na escola e debatemos em sala de aula, além de confeccionar pluviômetros”, contam. Eles defendem a ideia de que esses aprendizados deveriam chegar a toda a população. “Quanto mais conhecimento os moradores tiverem, melhor será o enfrentamento a desastres.”

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 224 do jornal Joca.

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