Um estudo realizado entre 2019 e 2022, por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, mostrou que é possível recuperar o que foi perdido na aprendizagem durante a pandemia (em que as aulas eram virtuais), mas que a desigualdade pode ser um obstáculo. 

Os pesquisadores acompanharam 1.364 crianças de escolas públicas na cidade de Sobral (CE), que frequentavam o 2o ano da pré-escola no período da pesquisa. Os resultados foram divulgados pela mídia no início de maio. 

Alguns dos pontos trazidos pelo estudo

• Estudantes que fizeram o 2o ano da pré-escola em casa em 2020 aprenderam apenas 48% em matemática e 39% em linguagem na comparação com o aprendizado de quem foi à escola em 2019. 

• Os alunos que tiveram as maiores perdas de aprendizagem foram os de 2021. Na comparação com o grupo de 2019 (no 2o ano da pré-escola), a perda foi de 10 a 11 meses de aprendizado. 

• No entanto, aqueles que tiveram aulas totalmente presencias em 2022 (no 2o ano da pré-escola) ganharam de um a dois meses de aprendizado em linguagem e matemática em relação aos alunos de 2019. Sinal de que ações tomadas para diminuir os impactos da pandemia surtiram efeito. 

#pracegover: três meninas estão lado a lado em uma sala de aula: a da esquerda usa um colete jeans com camiseta branca, a do meio está de calça jeans e camiseta azul e a da direita usa camiseta cor-de-rosa. Elas estão de frente para a turma, segurando uma maquete com o Sistema Solar. Atrás delas há um quadro verde e, na frente, carteiras. Crédito de imagem: Getty Images

Desigualdade 
Em entrevista ao Joca, a pesquisadora da UFRJ Mariane Koslinski, integrante do estudo, ressaltou que o ensino remoto aumentou também as desigualdades sociais: “Crianças de nível socioeconômico mais baixo tiveram menos oportunidade de aprendizagem e voltaram para a escola com uma defasagem maior”. 

Soluções 
A pesquisa recomenda algumas medidas para resgatar o que foi perdido. Entre elas: programas de incentivo à frequência diária à escola e elaboração de planos de recuperação de aprendizagem para crianças dos anos iniciais do ensino fundamental. 

Exame internacional de leitura 
Clique aqui para ler, no portal do Joca, sobre o Pirls, exame internacional no qual o Brasil ficou na 39a posição (entre 43 países) em um ranking que analisa a habilidade de leitura e compreensão de texto de estudantes do 4o ano. 

O que eu penso sobre… 

“Estou conseguindo estudar bem. Acho que, por conta da pandemia, perdi muita coisa, e isso dificultou meu ensino. Eu não conseguia me concentrar em casa como na escola. Minha dica é sempre participar mais das aulas e esclarecer suas dúvidas.” Douglas M., 11 anos, São Paulo (SP) 

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#pracegover: Douglas está em pé. Ele usa camiseta laranja, calça preta e tênis cinza com detalhes em branco e azul. Crédito de imagem: arquivo pessoal

“Tenho uma dica [de estudo] que é revisar tudo que aprendemos e fazer um resumo. Quando tiver prova, estude e leia o resumo.” Guilhermina B., 9 anos, Salvador (BA) 

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#pracegover: Guilhermina está com os cabelos presos e sorri. Ela usa camiseta branca com detalhes em azul e laranja. Crédito de imagem: arquivo pessoal

“Percebi que o meu rendimento nas aulas presenciais tem sido melhor, talvez por- que eu realmente não goste do ensino on-line. Acho que quem apresenta alguma dificuldade para se readaptar ao ensino presencial deve pedir ajuda aos pais e professores.” Hiroju O., 11 anos, Brasília (DF)

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#pracegover: Hiroju é oriental e tem os cabelos curtos. Ele usa camiseta branca com estampa de sol, mar e árvores. Crédito de imagem: arquivo pessoal

Fontes: CNN Brasil, Correio Braziliense, Folha de S.Paulo, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e O Globo. 

Reportagem originalmente publicada na edição 206 do jornal Joca.

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