Imagem: redes sociais

Nas últimas horas, o Brasil conquistou quatro ouros, uma prata e três bronzes nos Jogos Paralímpicos. Com isso, o país subiu para a sexta colocação na classificação geral de nações. Veja, abaixo, os principais resultados do dia.

Petrucio Ferreira se torna bicampeão olímpico na corrida de 100 metros e bate recorde paralímpico

Petrucio conquistou seu segundo ouro olímpico. Foto: Ale Cabral/CPB

O brasileiro Petrucio Ferreira venceu a final da corrida de 100 metros da classe T47 (saiba mais no final da página) e manteve o título de atleta paralímpico mais rápido do mundo — na Rio 2016, última edição do evento, ele também tinha sido medalha de ouro na disputa.

Além de ocupar o lugar mais alto do pódio, Petrucio bateu um recorde mundial durante a final: fez a prova em apenas 10 segundos e 53 milésimos. Com isso, ele superou o último recorde paralímpico que pertencia a ele mesmo.

“Eu sempre falo isso para todos: tudo na nossa vida tem um propósito”, comemorou Petrucio, após a vitória. “Meu pai se sentia culpado pelo acidente que aconteceu comigo quando tinha 2 anos [que gerou a deficiência de Petrucio]. Eu estava com ele no trabalho, e ele acabou se descuidando, mas não foi descuido, foi propósito que Deus tinha para minha vida, para me tornar quem sou hoje.”

Além de vencer o ouro no Rio e, agora, em Tóquio, Petrucio é dono de duas medalhas de prata, conquistadas em duas provas da Paralimpíada do Rio.

Mas Petrucio não foi o único brasileiro a subir ao pódio na prova dos 100 metros da classe T47. O carioca Washington Júnior, que fez a melhor largada da final, terminou a disputa em terceiro lugar e faturou medalha de bronze.

Washington Júnior, vencedor da medalha de bronze. Foto: Ale Cabral/CPB

O atleta, que fez o trajeto da corrida em 10 segundos e 68 milésimos, só ficou atrás de Petrucio e do polonês Michal Derus, que teve um tempo de 10 segundos e 61 milésimos.

Silvânia Costa leva mais uma medalha de ouro no salto em distância

Silvânia Costa conquistou sua segunda medalha em Jogos Paralímpicos. Foto: Wander Roberto/CPB

Outra brasileira que se tornou bicampeã foi Silvânia Costa, do salto em distância da classe T11 (saiba mais no final da página). Com um salto de 5 metros, a atleta garantiu a segunda medalha de ouro paralímpica — a primeira veio nos Jogos do Rio, em 2016.

Durante a disputa, Silvânia queimou as duas primeiras tentativas (ou seja, seu salto não foi considerado válido, pois a atleta pisou na linha de salto, algo que vai contra as regras). Já na terceira, quarta, quinta e sexta rodadas, a atleta não sofreu nenhuma punição e saltou a distâncias de 4,67 metros, 4,69, 5 e 4,84.

No salto em distância, o que vale é a melhor marca do atleta após seis rodadas. Como ninguém obteve um resultado igual ou melhor do que 5, Silvânia venceu a disputa.

Após a vitória, a atleta comemorou muito a conquista — seus gritos de celebração chamaram a atenção dos espectadores. “Não foi uma prova muito fácil. Foi uma prova que eu entrei e no finalzinho tive muita garra, muita determinação e fui para cima. Antes mesmo de finalizar a prova, eu já estava comemorando. Eu sabia o tanto que eu tinha batalhado e lutado, o tanto que eu passei para chegar até aqui.”

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Brasil – Silvânia Costa – melhor marca: 5 metros.

Prata – Uzbequistão – Asila Mirzayorova – melhor marca: 4,91 metros.

Bronze – Ucrânia – Yuliia Pavienko – melhor marca: 4,86 metros.

Wendell Belarmino é o vencedor dos 50 metros livre da natação

Wendell fez a prova em 26 segundos e 3 milésimos. Foto: Miriam Jeske/CPB

A natação brasileira ganhou mais um ouro! Wendell Belarmino subiu ao pódio depois de terminar em primeiro lugar na final dos 50 metros livre da classe S11 (saiba mais no final da página). Antes dele, no primeiro dia da Paralimpíada, o nadador brasileiro Gabriel Bandeiro havia faturado a primeira medalha dourada do Brasil no esporte — a conquista veio após a disputa dos 100 metros borboleta da classe S14.

Participando de sua primeira Paralimpíada, Wendell nadou a final em 26 segundos e 3 milésimos, superando o chinês Dongdong Hua, que terminou com a prata, e o lituano Edgaras Matakas, que ficou com o bronze.

“A ideia era me divertir, tentar chegar ao pódio e nadar o mais rápido possível. Felizmente, o mais rápido possível foi a medalha de ouro”, disse Wendell. “Além de me divertir, estou realizando três sonhos de uma vez só: vir para uma Paralimpíada, ganhar uma medalha e ser campeão. Não tenho nem palavras, estou muito feliz.”

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Brasil – Wendell Berlamino – 26 segundos e 3 milésimos.

Prata – China – Dongdong Hua – 26 segundos e 18 milésimos.

Bronze – Lituânia – Edgaras Mataka – 26 segundos e 38 milésimos.

Wallace Santos ocupa o lugar mais alto do pódio no arremesso de peso

Wallace foi o campeão do arremesso de peso das classes F54 e F55. Foto: Wander Roberto/CPB

Wallace Santos, do Brasil, não apenas conquistou medalha de ouro, como quebrou um recorde paralímpico no arremesso de peso das classes F54 e F55.

Com um lançamento que chegou a 12,63 metros, o brasileiro superou todos os adversários. Ao final, a prata ficou com Ruzhdi Ruzhdi, da Bulgária, e o bronze com Lech Stoltman, da Polônia.

Após o término da prova, Wallace dedicou à vitória a ex-treinadora, que morreu no início da pandemia do coronavírus. “Quero dedicar a uma pessoa que, antes de falecer, me colocou em Tóquio, minha treinadora Jurema Henrique, que veio a falecer agora na preparação, no início da pandemia, e, graças a Deus, ela conseguiu me deixar classificado, e só tenho a agradecer a ela.”

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Brasil – Wallace Santos – 12,63 metros.

Prata – Bulgária – Ruzhdi Ruzhdi – 12,23 metros.

Bronze – Polônia – Lech Stoltaman – 12,15 metros.

Yeltsin Jaques conquista primeiro ouro do atletismo brasileiro em Tóquio

Yeltsin Jaques ao lado de um dos seus guias. Foto: Wander Roberto/CPB

Na Paralimpíada de Tóquio, o primeiro ouro do Brasil no atletismo veio com Yeltsin Jaques, que venceu os 5.000 metros da classe T11, destinada a atletas com deficiência visual* (saiba mais no final da página). Acompanhado por dois guias, que o ajudaram a se localizar no espaço da prova, o atleta fez o percurso em 15 minutos, 13 segundos e 62 milésimos, superando todos os outros adversários.

Ao final, o segundo lugar mais alto do pódio ficou com Kenya Karasawa, do Japão, e o terceiro com Shinya Wada, do mesmo país.  

Para vencer a disputa, Yeltsin contou que teve que analisar bem os adversários e prever o que fariam durante a corrida. “Nós treinamos intensamente, por mais de dois anos, para essa prova (…). Foi uma disputa de bastante estratégia.”

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Brasil – Yeltsin Jaques – 15 minutos, 13 segundos e 62 milésimos.

Prata – Japão – Kenya Karasawa – 15 minutos, 18 segundos e 12 milésimos.

Bronze – Japão – Shinya Wada – 15 minutos, 21 segundos e 3 milésimos.

*Como alguns competidores enxergam mais do que outros, todos os participantes da prova precisam usar faixas nos olhos durante a disputa, para que todos fiquem nas mesmas condições.

Gabriel Bandeira, da natação brasileira, conquista medalha de prata nos 200 metros livre

Gabriel Bandeira conquistou a sua segunda medalha em Tóquio. Foto: Miriam Jeske/CPB

O brasileiro Gabriel Bandeira conquistou sua segunda medalha nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Desta vez, o atleta faturou prata nos 200 metros livre da classe S14 (saiba mais no final da página). Como citado anteriormente, no primeiro dia do evento, o brasileiro subiu ao lugar mais alto do pódio depois de vencer a disputa dos 100 metros borboleta.

Na prova mais recente, Gabriel só foi superado por Reece Dunn, do Reino Unido, que fez a final em 1 minuto, 52 segundos e 40 milésimos. Já o atleta do Brasil terminou a última fase em 1 minuto, 52 segundos e 74 milésimos.

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Reino Unido – Reece Dunn – 1 minuto, 52 segundos e 40 milésimos.

Prata – Brasil – Gabriel Bandeira – 1 minuto, 5 segundos e 58 milésimos.

Bronze – Rússia – Viacheslav Emeliantsev – 1 minuto, 55 segundos e 58 milésimos.

Maria Carolina Santiago fatura o bronze nos 100 metros costas

Maria Carolina faturou medalha de bronze nos 100 metros costas. Foto: Comitê Paralímpico Brasileiro

Na natação, a brasileira Maria Carolina Santiago faturou medalha de bronze nos 100 metros costas classe S12 (saiba mais no final da página). A atleta terminou a prova em 1 minuto, 9 segundos e 18 milésimos, atrás apenas de Hanna Russell, do Reino Unido, que levou o ouro, e de Daria Pikalova, da Rússia, que ficou com a prata.

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Reino Unido – Hanna Russel – 1 minuto, 8 segundos e 44 milésimos.

Prata – Rússia – Daria Pikalova – 1 minuto, 8 segundos e 76 milésimos.

Bronze – Brasil – Maria Carolina Santiago – 1 minuto, 9 segundos e 18 milésimos.

João Victor garante o bronze para o Brasil no arremesso de peso

O arremesso de João Victor chegou a 14,45 metros. Foto: Wander Roberto/CPB

Não foi só com Wallace Santos que o Brasil conquistou medalha no arremesso de peso. Após arremessar 14,45 metros, o brasileiro João Victor faturou o bronze na prova da classe F37.

Completando o pódio, o ouro ficou com Albert Khinchagov, da Rússia, e a prata com Ahmed Bem Moslah, da Tunísia.

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Rússia – Albert Khinchagov – 15,77 metros.

Prata – Tunísia – Ahmed Bem Moslah – 14,50 metros.

Bronze – Brasil – João Victor – 14,45 metros.

Como funcionam as classes na natação paralímpica?

No evento, os nadadores são divididos em classes, sendo que cada uma corresponde a um tipo e grau de deficiência. Esse sistema foi criado com o objetivo de promover disputas justas — os esportistas competem contra atletas que têm características similares.

As classes funcionam da seguinte forma: S – a letra sempre aparece na frente do nome da categoria. “S” representa a palavra swimming, que, em inglês, significa “natação”.

Classes S1 a S10 – nas quais os atletas têm limitações físico-motoras, ou seja, algo que comprometa a movimentação da pessoa, como a falta de braços e pernas. Quanto menor o número da classe, maior a deficiência. Exemplos: Classe S1: grande comprometimento físico-motor; classe S10: comprometimento físico-motor leve.

Classes S11 a S13 – atletas com deficiência visual. Nesse caso, quanto menor o número, maior o comprometimento visual do atleta – ou seja, maior a dificuldade para enxergar.

Classe S14 – atletas com deficiência intelectual.

O que são as classes do atletismo paralímpico?

No atletismo, os competidores são divididos em classes, que variam de acordo com o tipo e o grau de deficiência dos atletas.

Track (T)

Os que participam de provas realizadas em pistas (velocidade, saltos, entre outros) e na rua (maratona) entram em classes que levam a letra “T” na frente do nome – “T” é a inicial da palavra track, que em inglês significa “pista”.

Depois da letra vem o número da classe. Veja, abaixo, quais atletas podem competir em cada classe:

T11 a T13 – Deficientes visuais. Os atletas que têm o maior grau de deficiência ficam na T11, os com grau mediano, na T12, e os com grau leve, na T13.

T20 – Deficientes intelectuais (apresentam dificuldades para realizar tarefas do cotidiano e aprender, entre outras).

T31 a T34 – Atletas com dificuldades motoras, competem em cadeiras de roda. Os graus das complicações variam da T31 até a T34.

T35 a T38 – Atletas com dificuldades motoras. Competem em pé. Os graus das complicações variam da T35 a T38.

T40 a T41 – Atletas com baixa estatura, ou seja, altura abaixo do padrão. As alturas podem variar da T40 a T41.

T42 a T44 – Atletas com deficiências nos membros inferiores. Competem sem prótese. Os graus das deficiências podem variar entre a T42 e a T44.

T51 a T54 – Atletas com deficiências nos membros inferiores. Competem em cadeiras de roda. Os graus das deficiências podem variar entre a T51 e a T54.

T61 a T64 – Atletas com deficiências nos membros inferiores. Competem com próteses. Os graus das deficiências podem variar entre a T61 e a T64.

Running (R)

A classe running (em inglês, corrida) é representada pela letra “R” e é usada para reunir atletas com paralisia cerebral que competem em uma modalidade chamada de petra, na qual os competidores correm em pé apoiados por um suporte, como uma bicicleta.

Na Paralimpíada, as classes de running são RR1 e RR3. Os graus de deficiência variam de acordo com o número da classe.

RR1 a RR3 – Atletas com deficiência de coordenação severa.

Field (F)

Nestas classes, os atletas competem em um campo (field, em inglês, significa “campo”). Entre os esportes praticados por esses profissionais estão lançamento de disco e arremesso de peso.  

F11 a F13 – Deficientes visuais.

F20 – Deficientes intelectuais.

F31 a F34 – Atletas com deficiências de coordenação motora. Competem em cadeira de rodas. Os graus de deficiência variam de acordo com o número da classe.

F35 a F38 – Atletas com deficiências de coordenação motora. Competem em pé. Os graus de deficiência variam de acordo com o número da classe.

F40 e F41 – Atletas com baixa estatura. Os graus de deficiência variam de acordo com o número da classe.

F42 a F44 – Atletas com deficiência nos membros inferiores. Competem sem prótese. Os graus de deficiência variam de acordo com o número da classe.

F45 e F46 – Deficiência nos membros superiores. Os graus de deficiência variam de acordo com o número da classe.

F51 a F57 –  Deficiência nos membros inferiores. Competem em cadeiras de rodas. Os graus de deficiência variam de acordo com o número da classe.

F61 a F64 – Deficiência no membros inferiores. Competem com prótese. Os graus de deficiência variam de acordo com o número da classe.

Veja o quadro de medalhas completo clicando aqui.

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