Em 19 de fevereiro é comemorado o Dia do Esportista. Para ajudá-lo a entender melhor como funciona o dia a dia de um atleta, o jornal Joca entrevistou David Balassiano Koganow, de São Paulo, de apenas 13 anos, campeão brasileiro de jiu-jítsu nas categorias infanto-B e pesadíssima (nesse esporte os lutadores são divididos por idade e peso).

O jiu-jítsu é considerado uma das artes marciais mais tradicionais, criada por monges budistas e aperfeiçoada por samurais japoneses. O objetivo da luta é se defender dos golpes do adversário, sem machucar o outro nem se ferir. É um estilo de luta sem violência e, por David participar de uma categoria juvenil – ele é faixa verde com azul, a última antes de entrar para as categorias adultas – existem alguns golpes que não pode praticar, para garantir a segurança dos jovens lutadores.

Mesmo depois de atuar em vários esportes, como natação e judô, David nunca se interessou muito por nenhum deles. Como seu pai achava muito importante praticar exercícios físicos, ele e o filho começaram a procurar alternativas. “Quando era mais jovem, meu pai já tinha ouvido falar de jiu-jítsu e se interessado bastante, mas na época só existiam aulas no Rio de Janeiro. Fomos nos informar e descobrimos que havia aulas no clube em que sou sócio”, diz David.

Para ele, a identificação com o esporte foi rápida. O menino diz que sente uma energia positiva lutando e, por ser um esporte bastante ativo, ele gostou tanto que entrou para a Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu (CBJJ). Nas competições, David já venceu os campeonatos paulista e brasileiro. Além disso, ganhou todos os campeonatos Inter Gracie, que tem vários lutadores profissionais – sempre na sua categoria.

Dia a dia de atleta

A rotina de David é puxada. Ele treina de segunda a sexta, sendo que cada treino dura duas horas. Mas o preparo vai além das aulas: é muito importante também ter uma alimentação bem regrada. “De manhã, sempre tento comer uma fruta e diminuir bastante o carboidrato na alimentação. Além disso, não como carboidratos à noite, sempre tento comer alguma salada”, explica o menino.

Apesar de sentir falta de comer doces – dos quais gosta muito – David se controla para comer só de vez em quando e conciliar seu estilo de vida com as coisas de que gosta.

O mesmo vale para a escola. Quando perguntado se consegue conciliar o esporte com os estudos, o lutador diz que o jiu-jítsu nunca afetou o rendimento na escola. “Apesar de a rotina ser mais puxada, não fico mais cansado fazendo esportes do que não fazendo. Eu me acostumei”, conta.

Acidente grave

Os estudos e a alimentação não chegam nem perto de ser o maior desafio do lutador. Quando tinha 12 anos, o garoto estava lutando durante um treino e sentiu o ombro ir para trás. Como estava com muita dor, foi para o hospital, mas, depois de ser atendido, o médico fez alguns exames e disse que estava tudo bem, que em uma semana já estaria sem dor.

Entretanto, os pais de David desconfiaram e mandaram os exames para um médico que conheciam. Quando viu a situação do menino, o médico pediu para operar na hora, porque era mais sério do que imaginavam. Ele teve que ficar seis meses sem praticar exercícios físicos, nem subir escada podia.

“Quando voltei a treinar, fiquei meio inseguro com o ombro no começo, mas acostumei rápido. O difícil mesmo foi voltar ao preparo físico que eu tinha antes, porque eu ficava muito mais cansado, já que fazia tempo que não lutava. Mas, conforme fui me dedicando e retomando minha alimentação controlada, voltei à forma”, conta ele.

Apesar do susto, o garoto está longe de querer desistir do esporte. “Eu penso em ganhar o Campeonato Mundial de Jiu-Jítsu. Para isso, meu plano é treinar cada vez mais e sempre manter uma alimentação saudável e regrada”, completa.

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