Cientistas de diversos lugares do mundo estão em uma corrida contra o tempo para desenvolver uma vacina contra a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Ao menos nove iniciativas já foram anunciadas publicamente.

Isso não significa que teremos uma solução tão cedo. O processo de criação de uma vacina é demorado. Além de desenvolver o composto da vacina, é preciso fazer testes de laboratório em humanos e esperar de dois a três meses para descobrir se os voluntários desenvolveram algum efeito colateral indesejável. Pular ou acelerar alguma dessas etapas pode colocar a população em risco.

Segundo Jarbas Barbosa, diretor-adjunto da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a primeira vacina contra a covid-19 vai demorar de um ano a 18 meses para aparecer, mesmo no melhor cenário possível. Ou seja, provavelmente, o surto atual já estará controlado, mas vai ser útil para evitar que a doença se espalhe novamente no futuro.

A seguir, confira exemplos de ações pelo mundo no trabalho pela vacina.

Arrecadação de fundos
A Coalizão de Inovações em Preparação Para Epidemias (Cepi), uma ONG mantida por governos de países como Noruega e Índia, já anunciou fundos no valor de 23,7 milhões de dólares (algo em torno de 114 milhões de reais) para pesquisas de vacinas contra o novo coronavírus.

Uma das empresas que receberam esse valor foi a Inovio Pharmaceuticals, que já preparou 3 mil doses para testar em três países (China, Coreia do Sul e Estados Unidos), em abril. A companhia espera colher os primeiros resultados em setembro.

Nos EUA, empresas farmacêuticas receberam financiamento de duas organizações do governo: a Autoridade Biomédica de Pesquisa e Desenvolvimento (Barda, na sigla em inglês) e o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês).

Outras empresas e universidades estão fazendo parcerias para conseguir custear pesquisas por conta própria.

Vacina tradicional
A empresa Johnson & Johnson anunciou que está desenvolvendo uma vacina tradicional (saiba como as vacinas funcionam na seção “Coleção”, página 3) contra a covid-19. A Universidade de Queensland, na Austrália, em parceria com a Clover Biopharmaceuticals (empresa chinesa que desenvolve remédios), também realiza estudos parecidos. A diferença está no método: enquanto a Johnson & Johnson acha mais seguro usar uma versão do vírus que não se reproduz, a universidade australiana prefere utilizar uma parte pequena do vírus como base

Vacina mRNA
Neste tipo de vacina, ao invés do vírus enfraquecido, o corpo recebe o código genético do vírus — que funciona como a receita para a fabricação de proteínas idênticas às do vírus. Assim, o organismo aprende a reconhecer o invasor e qual é o melhor jeito de se proteger. A Moderna, empresa de biotecnologia, em Massachusetts, nos EUA, anunciou que em abril deve começar os primeiros testes de uma vacina mRNA em humanos. Aqui no Brasil, pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (InCor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) também estão desenvolvendo uma vacina com essa mesma técnica.

Vacina coronavírus
#pracegover: mulher em laboratório, vestida com as roupas apropriadas, manuseia utensílios. Crédito de imagem: Getty Images.

Medicamentos
Além de vacinas, é importante encontrar medicamentos que auxiliem os infectados. Autoridades de saúde dos EUA anunciaram, em 25 de fevereiro, ter começado o primeiro experimento clínico com o medicamento antiviral da empresa Gilead Sciences. O resultado ainda não tinha sido divulgado até o fechamento desta edição.

 

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 145 do jornal Joca.

 

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Comentários (3)

  • pat.diniz

    4 anos atrás

    adoro o joca

  • heitor.lodi

    4 anos atrás

    Essa matéria e muito boa gostei muito

  • Clidilene

    4 anos atrás

    o que me deixou mt preocupado foi qnd disseram''vao começar a fazer testes no brasil'';~;

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