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Edgard ajudou refugiados que saíram do Oriente Médio em direção à Europa. Foto: Divulgação.

Por Joanna Cataldo

Todos os dias, milhares de refugiados deixam seus países para escapar da fome, guerra e miséria. A maioria, nascida e criada no Oriente Médio, parte em direção à Europa, em um caminho que muitas vezes envolve barcos lotados, longas caminhadas, condições climáticas ruins e dificuldades para entrar nas nações europeias.

Para entender como é passar por essa situação, o advogado brasileiro Edgard Raoul Gomes, de 30 anos, passou meses vivendo como um refugiado na Europa.

Com pouco dinheiro e uma mochila nas costas, ele desembarcou na Ilha de Lesbos, na Grécia, onde ajudou dezenas de pessoas a saírem dos barcos lotados e deu a elas água, cobertor, abrigo e comida.

Nessa ocasião, Edgard chegou a salvar uma menina síria, que tinha acabado de sair do barco e que, aparentemente, estava morta, devido ao frio que fazia no local. “Você compra o ticket para o barco, mas lá dentro colocam os passageiros para dormir no chão. Os donos não querem que os refugiados sentem nas poltronas”, diz.

Depois de passar vários dias em Lesbos, Edgard foi da Grécia até a Alemanha, percorrendo a pé o mesmo caminho que os refugiados fazem em busca de uma vida melhor. Acompanhado de alguns deles, Edgard viu de perto as dificuldades que eles enfrentam para conseguir entrar nesses países. “Muitos têm certeza de que vão ser bem recebidos na Europa, mas encontram as fronteiras (limites entre os países) fechadas ao chegar lá”, explica.

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Edgard (ao centro) com uma família de refugiados. Foto: Divulgação.

Edgard ainda conta que viu muitos refugiados fazendo protestos, como forma de conseguir permissão para entrar no território. “Eles usam qualquer recurso para chamar atenção das autoridades”, diz. “Quando eu estava lá, alguns chegaram a machucar o próprio corpo para serem ouvidos. Eu, então, disse que aquela não era uma boa maneira de conseguir o que queriam. Assim, ensinei a fazer cartazes e chamei a mídia para fotografar e mostrar ao mundo o que eles estavam passando”.

Entre os refugiados, Edgard relata a presença de muitas crianças, como a menina que foi salva por ele na saída do barco. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, 28 milhões de refugiados são menores de idade, que fogem de seus países acompanhados dos pais.

Para Edgard, a crise dos refugiados só chegará ao fim quando as pessoas tentarem, de fato, entender o que está acontecendo com eles. Hoje, 65 milhões de pessoas estão em situação de refúgio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). “Nós não sabemos o que é passar fome, por exemplo. Muitas pessoas criticam e julgam quem passa fome, mesmo nunca tendo passado por essa situação. Precisamos evitar julgamentos”, afirma.

 

 

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