Desde 26 de maio, uma série de protestos contra o racismo está acontecendo nos Estados Unidos. As manifestações foram motivadas pela morte de George Floyd, um homem negro e desarmado, acusado de usar uma nota falsa em um supermercado no dia 25, na cidade de Minneapolis, onde morava. Durante a abordagem policial, o oficial Derek Chauvin, um homem branco, manteve Floyd no chão com o joelho em seu pescoço por 8 minutos e 46 segundos — Floyd perdeu a consciência após os 6 primeiros minutos. O anúncio da morte dele veio cerca de uma hora depois de Floyd ser levado para o hospital.

Em Columbia, na Carolina do Sul (EUA), sétimo dia de protestos na
capital do estado pelo assassinato de George Floyd | #pracegover: durante protesto, pessoas seguram cartazes contra o racismo. No destaque da foto, mulher negra segura um megafone à frente da multidão. Foto: Sean Rayford/Getty Images

Embora boa parte dos protestos seja pacífica, por causa de confrontos entre manifestantes e policiais (e casos de lojas saqueadas) os atos têm causado tumultos considerados os mais violentos no país desde as manifestações de abril de 1968, quando Martin Luther King Jr., líder do movimento dos direitos civis nos EUA, foi assassinado por um homem que acreditava na superioridade da raça branca.

Em resposta aos confrontos foi decretado toque de recolher em dezenas de cidades. Donald Trump, presidente dos EUA, ameaçou convocar o Exército para interferir: “Se uma cidade ou estado se recusar a tomar as medidas necessárias, vou enviar o Exército dos Estados Unidos para resolver o problema rapidamente por eles”.

Pelo mundo
Outros países também aderiram aos protestos antirracistas. É o caso do Brasil, do Canadá, da Inglaterra e da Alemanha, por exemplo. Por aqui, manifestações também são motivadas por casos recentes relacionados ao tema, como a morte de João Pedro, de 14 anos, em 18 de maio. O adolescente negro estava em casa, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e foi baleado pelas costas por policiais que arrombaram o portão. Os agentes disseram estar procurando por traficantes de droga em fuga. Eles foram afastados e o caso está sendo investigado.

O que é racismo?
De acordo com o Portal Geledés, do Geledés Instituto da Mulher Negra, racismo é um conjunto de práticas de determinada raça/etnia que, estando em situação de favorecimento social, coloca outra(s) raça(s) em situação desfavorável. O racismo acontece, por exemplo, contra os negros e contra os indígenas. Saiba mais sobre a história do racismo nos Estados Unidos e no mundo no site do Joca: bit.ly/protestos-contra-racismo.

Símbolos da luta antirracismo
Entenda por que os manifestantes levantam a mão com o punho fechado e se ajoelham:

Punho fechado erguido: é um símbolo de enfrentamento e resistência. Ficou muito conhecido na luta contra o racismo depois de ser usado na Olimpíada de 1968, por Tommie Smith e John Carlos, atletas negros norte-americanos medalhistas no atletismo, enquanto o hino dos EUA era executado.

#pracegover: manifestantes protestam contra racismo. No destaque da foto, uma mulher negra, de camiseta preta e máscara no rosto, com o punho erguido. Foto: Emmanuele Contini/NurPhoto via Getty Images

Ajoelhar-se: em 2016, durante uma onda de protestos contra o racismo e a violência dos policiais norte-americanos contra negros, o jogador de futebol americano Colin Kaepernick se ajoelhou e se recusou a cantar o hino nacional. Ele não queria mostrar orgulho pela bandeira de um país que oprime o povo negro. Nos protestos atuais, muitos policiais estão se ajoelhando próximo aos manifestantes como forma de demonstrar apoio à luta antirracismo.

Usando a hashtag #blacklivesmatter (Vidas Negras Importam), o Fundo das Nações Unidas Para a Infância (Unicef) pediu nas redes sociais que as crianças fossem ensinadas desde cedo sobre a dignidade e a importância de cada ser humano. bit.ly/unicef-blm

O que eu penso sobre…

“Neste momento a gente precisa se expressar, por isso as manifestações são tão importantes, mesmo com o coronavírus. Todos os anos, milhões de pessoas morrem por essa injustiça que é o racismo, então isso não pode ser algo como um ‘tanto faz’. Eu até fico abalado, mas muito mais pensativo, porque penso muito na sociedade, no que está acontecendo, no que vai acontecer depois dessas manifestações (…) Acho que depois tem muitas pessoas que vão acabar cometendo racismo de novo e muita gente vai continuar morrendo.” Gabriel F., 11 anos, São Paulo (SP)

#pracegover: Gabriel F. usa camiseta branca com detalhes coloridos. Ele está sentado em frente a uma estante de livros e sorri. Foto: arquivo pessoal

“As manifestações antirracismo são muito importantes, porque todo mundo é igual e temos que lutar por isso. Fico mal [que o racismo exista], mas acho que as coisas vão mudar por um curto período, algumas pessoas vão ter um pouco mais de consciência.” Vito C. C., 12 anos, São Paulo (SP)

#pracegover: Vito usa camiseta preta, óculos de grau e boné colorido. Foto: arquivo pessoal

Correspondentes internacionais

“Eu percebi a injustiça dessas ações que aconteceram e isso é o que me motivou a ir aos protestos. Acho importante porque, se a gente protesta, as pessoas que fizeram a injustiça vão reconsiderar e admitir que fizeram muito mal. Acho que as violências policiais vão diminuir muito e todo mundo vai ficar mais consciente sobre o racismo.” Lucas L. B., 13 anos, Alexandria, Virgínia (EUA)

Lucas-L-B
#pracegover: Lucas usa camiseta preta com estampa de bola de basquete nas cores laranja e amarela. Foto: arquivo pessoal

“A igualdade é algo com que eu me importo muito. Por isso, e por ver a dor que meus amigos negros sentem, que eu nunca senti, participei dos protestos. Fui nos dias 31 de maio e 4 de junho. Indo, você está apoiando a mudança. A energia era surreal. Tinha no máximo 2 mil pessoas em frente à Casa Branca [sede do governo dos EUA], mas fiquei impressionado. Acho que a nossa geração vai mudar o futuro, isso é só o primeiro passo.” Gabriel L. B., 16 anos, Alexandria, Virgínia (EUA)

Gabriel-L-B
#pracegover: Gabriel está em uma manifestação. Ele foi fotografado de costas e segura um cartaz onde se lê “justice” (justiça) e “peace” (paz). Foto: arquivo pessoal

Fontes: BBC, CNN, Estadão, Folha de S.Paulo, Globo Esporte, G1, Nexo, O Globo, Unicef e UOL.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 151 do jornal Joca.

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Comentários (13)

  • aluno.americo4

    2 anos atrás

    eu não adimito o racismo todos são iguais ninguem devia mudar isso meu nome é arthur ventura José Américo

  • aluno.americo4

    2 anos atrás

    O racismo e besteira pq todos nos somos iguais. BRUNO 4 ano B José Américo

  • aluno.americo4

    2 anos atrás

    lohanny Isaelly da kgufdimjdy

  • aluno.americo4

    2 anos atrás

    Anna Laura , 9 anos estudante do José Américo de Almeida. Somos todos iguais.

  • Gabriel França Pontes

    3 anos atrás

    Não tem sentido ser racista. Porque todos somos iguais.

  • Juan Neto

    3 anos atrás

    Que não tem problema nem um ser diferente.

  • Guilherme Prates Sampaio

    3 anos atrás

    tem muita desigualdade nesse mundo

  • Manoel Beserra Casado Neto

    3 anos atrás

    Os negros tem de muito ensinar agente vamos apoiar o antírracismo.

  • aluno.americo4

    2 anos atrás

    o racismo e burrice e todos nos somos iguais nao a pq agente se inojar

  • aluno.americo4

    2 anos atrás

    o racismo e uma babaquisse e os negros ficam encomodados com o racismo

  • manoel

    3 anos atrás

    Os negros tem muito de ensinar agente eles sofreram tanto e ainda sofre #blacklivesmatter

  • Pedro Pereira Barbosa

    3 anos atrás

    A cor não faz a pessoa e sim o que ela é de verdade dentro dela!!!! #blacklivesmatter

  • clara

    3 anos atrás

    o rassismo e ruim eu não fiz parte da manifestasão mas foi bom ter

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