No Santuário de Elefantes, na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, os animais recebem cuidados para levar uma vida digna
Imagine um espaço grande, cheio de vegetação nativa, onde elefantes-asiáticos, antes mantidos em cativeiros inadequados, podem caminhar livremente. Sim, esse lugar existe — e fica no Brasil! É o Santuário de Elefantes, na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso. Ali, os animais recebem todos os cuidados para que possam ter uma vida digna, de contato limitado com humanos e muita interação com outros animais da espécie. Na conversa a seguir, o biólogo e diretor do santuário, Daniel Moura, responde as perguntas da repórter mirim Mariana B., de 11 anos, e conta um pouco sobre a história e o funcionamento do local. Confira.
Quando o santuário foi criado?
Em 2013. Ele passou por obras e, em 2016, recebemos os primeiros elefantes. Nós já acolhemos animais que vieram de zoológicos e fazendas de circos, em que estavam acorrentados.
Como funciona o santuário para elefantes?
Os elefantes do santuário continuam em cativeiro, não estão soltos em vida livre. Mas existe uma diferença entre um cativeiro apropriado e um inapropriado. Um cativeiro inapropriado é um local onde o animal está confinado e não são oferecidas a ele opções naturais para viver de maneira digna. Já no santuário, que é apropriado, oferecemos condições parecidas com as que os animais teriam se estivessem livres na natureza. O santuário é muito grande. O elefante pode escolher aonde vai comer, o que vai comer, se vai tomarsol, tomar chuva, ficar no riacho… Mas dizemos que é um cativeiro porque os elefantes não são nativos do Brasil, então não podemos deixá-los soltos na natureza do país. Além dos elefantes, animais que são resgatados pela Secretaria do Meio Ambiente do Mato Grosso, como antas, veados e lobos-guarás, podem ser reintroduzidos à natureza no santuário. Como o local tem vegetação nativa e é protegido (não há invasores, pessoas querendo explorar a área), esses animais podem ser reintroduzidos com segurança. Eles geralmente são capturados pela secretaria porque sofreram acidentes, o lugar onde viviam foi desmatado ou passou por queimadas. Ao todo, o santuário tem 1.100 hectares de área nativa [mais de 1.100 campos de futebol]. Dessa área, 28 hectares são destinados aos elefantes.
Você já trabalhou com outros animais além de elefantes?
Eu já trabalhei com vários animais. Leões, onças-pardas, onças-pintadas, tigres, ursos e macacos. Mas nenhum era tão grande e complexo como o elefante. Nos outros santuários em que trabalhei — santuários não específicos, como os de elefantes, mas de animais de forma geral — a gente também fazia o resgate dos bichos e oferecia melhor qualidade de vida a eles.
O que fez você começar a trabalhar com elefantes?
Em 2013, virei voluntário do Santuário de Elefantes, já que ele tinha similaridade com os outros em que eu já havia trabalhado. Fui voluntário de 2013 a 2018, quando assumi o cargo de diretor e biólogo. Desde então, trabalho quase que exclusivamente para esse local.
Como é a sua relação com os elefantes?
É ótima, mas sou uma das pessoas que têm menos contato com esses animais atualmente. Estou mais com a parte de obtenção de novos elefantes, cuidados com órgãos ambientais… Em santuários, geralmente há duas equipes: uma que trabalha diretamente com os animais e outra que cuida de todas as questões necessárias para que o local exista — o dinheiro para mantê-lo, a atualização dos documentos… De vez em quando, tenho contato com os elefantes, o que é muito gratificante. Mas a ideia do santuário é que os animais tenham mais interação entre eles mesmos do que com os humanos. Os humanos só interagem para fazer tratamento veterinário e dar suplementação alimentar — os elefantes pegam por conta própria a maior parte da alimentação de que precisam.
O que você diria para as pessoas que exploram os animais?
Acho que elas deveriam se colocar no lugar deles. Deveriam pensar se gostariam que fizessem a mesma coisa com elas. Os animais sentem dor, prazer, angústia… Eles têm sentimentos muito parecidos com os nossos. Os humanos exploram muito os animais, e cabe a nós dar um basta nisso, parando de visitar locais que os exploram.
Confira a entrevista completa no site do Joca: jornaljoca.com.br. E saiba mais sobre o santuário em: santuariodeelefantes.org.br
O episódio 28 do podcast Revisteen fala mais sobre o Santuário de Elefantes: spoti.fi/3lNn4Bn.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 156 do jornal Joca
Ainda não é assinante? Assine agora e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Joca.
legal podemos cuidar de animais mas os elefantes foram o nosso foco nessa entrevista devemos cuidar deles também
Não acredito que fica no brasil!!!!
legaaaaaaaaaaal
amo o Joca eles passam noticias ótimas
tb acho as noticias boas gosto muito do joca
legal!!!!!
eu achei muito legal por que eles salvam os animais .chega de botar fogo na florestaaaaa
adorei
legal essa reportagem
Amei essa matéria!
muito legal essa reportagen \
Amei
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.