Confira entrevista de leitores do Joca com Joanne Pransky, que ajuda humanos e robôs a se relacionarem.
Eles carregam peso, limpam casas, dançam, locomovem-se de um lado para o outro e até conversam com humanos. Os robôs chegaram para ficar, e tudo indica que nos próximos anos se tornarão ainda mais presentes em nosso dia a dia.
Mas como será a convivência entre seres humanos e máquinas? Teremos dificuldade para aceitar nossos novos companheiros? Para ajudar humanos e criaturas a se relacionar, desde a década de 1980, a norte-americana Joanne Pransky vem atuando com robôs.
Ao perceber que muitas pessoas tinham dificuldade para lidar com máquinas do dia a dia, como computadores, ela começou a se questionar como indivíduos resistentes à tecnologia seriam capazes de, no futuro, relacionar-se com robôs.
A partir daí, ela decidiu que sua missão de vida seria ajudar robôs e humanos a interagir da melhor forma possível. Para isso, ela conversa com as máquinas (como o Bina48, robô que fala e tem a aparência de uma pessoa) e ensina sobre o universo robótico para os humanos, mostrando o que os robôs são capazes de fazer e como podem se relacionar com as pessoas no cotidiano.
Apesar de não ter formação como psicóloga ou psiquiatra, Joanne usa no dia a dia toda os aprendizados que adquiriu ao longo de vários anos trabalhando com robôs industriais, de serviços e de ficção científica. É essa experiência que permite que ela seja uma referência no relacionamento com máquinas.
Confira abaixo a segunda parte da entrevista que ela concedeu aos alunos do 5° ano da Beacon School (SP). Para ver a primeira parte da entrevista, publicada na edição 131 do Joca, clique aqui.
Nando: quando você era criança, sonhava em seguir essa profissão, de ajudar robôs? Você acha que, um dia, o seu trabalho poderá ser substituído por robôs?
Esse não era o meu sonho quando era criança. Eu sempre amei trabalhar com pessoas — ver como elas pensam, o que as motiva, entre outros aspectos. Pessoas são o centro do meu trabalho, pois robôs se relacionam com humanos. Mas eu só comecei a me interessar por robôs propriamente ditos quando tinha uns 20 e poucos anos. Não acho que meu serviço será substituído por robôs, mas espero que eles possam me ajudar com as minhas tarefas.
Vinícius: qual é a parte mais difícil do seu trabalho? Você acha que os robôs vão melhorar a vida dos humanos?
A parte mais complicada do meu trabalho como “futurista” é esperar que os robôs fiquem inteligentes o bastante para se comunicar. Quando isso acontecer, eu poderei ajudá-los a se encaixar na sociedade de forma mais consistente. Na minha rotina, a parte mais difícil é tentar superar as ideias e percepções erradas que as pessoas têm dos robôs. E, sim, eu acho que os robôs vão melhorar as vidas dos humanos no futuro — eles já fazem isso atualmente.
Stella H.: o que você imagina para o futuro? O que você tem mais medo de dar errado?
Eu imagino um futuro no qual os robôs vão ser parte integral da sociedade, algo parecido com o que os computadores são hoje para nós. Talvez um dia as pessoas nem consigam entender como conseguimos viver sem eles no passado. Na verdade, eu me preocupo mais é com os humanos — e não com os robôs. Fico preocupada em pensar que os desenvolvedores ou usuários podem não usar a tecnologia robótica de forma responsável.
Mariella: do que você mais gosta no seu trabalho? Por quê?
Eu amo pessoas, especialmente desenvolvedores de robôs e cientistas brilhantes que encontro e com quem tenho a oportunidade de trabalhar.
Sophia E.: alguém na sua família não concorda com o seu trabalho?
Minha família sempre me apoiou muito. Porém, não se interessa muito por robôs.
Maya: o que você acha que robôs vão ser capazes de fazer no futuro?
Robôs vão continuar a fazer tarefas sujas, perigosas, maçantes e demoradas. Tarefas que as pessoas não deveriam fazer ou não querem fazer. Acho que no futuro a área que trabalha com robôs que se relacionam com pessoas vai crescer muito e ajudar a solucionar vários problemas da sociedade. Em 1995, eu escrevi um texto que dizia “um dia, os robôs serão capazes de nos fazer companhia e aliviar a nossa solidão”.
Matheus: já houve um caso em que você não conseguiu ajudar um robô?
Como eu respondi acima, acho que o campo da terapia para robôs ainda tem que se desenvolver muito [até que os robôs tenham mais capacidade para se comunicar e pensar por conta própria]. Por enquanto, eu apenas sonho com o dia em que poderei ajudá-los de maneira completa e consistente.
Isabela: como se cria uma conexão com os robôs?
Acho que, no futuro, quando os robôs estiverem mais desenvolvidos, os terapeutas deverão se comunicar com eles de forma natural, do mesmo jeito como conversamos com humanos.
Stella C.: você trabalhou com outras coisas antes de ser terapeuta de robôs?
Sim. Eu vendi computadores pessoais e imóveis comerciais. Além disso, já trabalhei como garçonete.
*Continuação da matéria publicada na seção “Repórter mirim” da edição 131 do Joca.
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Queria ter um robo
aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii que fofuraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
muito
ameiiiiiiiiiiiiii
Wau que legal
# ROBÔS
sou o arthur e legal
legal
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