Imagem: David Turnley/Corbis/VCG via Getty Images

Após ter anunciado, no dia 23 de março, que meninas do Afeganistão que cursam da 6ª série em diante poderiam voltar a frequentar as escolas, o grupo fundamentalista Talibã, que controla o país, voltou atrás na decisão. As meninas até chegaram a ir à escola no dia, mas foram mandadas de volta para casa cerca de duas horas após o início das aulas. Outra regra nova é que mulheres não poderão viajar de avião se não estiverem acompanhadas por um homem da família.

Desde que reassumiu o poder do Afeganistão, em agosto de 2021, o Talibã prometeu não estabelecer regras tão rígidas quanto às da última vez que o grupo havia governado o país, entre 1996 e 2001. Na época, meninas com mais de 10 anos não podiam estudar e músicas e filmes ocidentais eram proibidos, entre outras restrições. No entanto, apesar da promessa, já faz sete meses que as afegãs da 6ª série em diante estão proibidas de frequentar a escola.

O Ministério da Educação do Afeganistão afirmou que a nova definição pretende ir ao encontro dos costumes afegãos e da lei islâmica. Mas, segundo Luis Henrique Souza, muçulmano, historiador e professor de história, a maior parte da sociedade islâmica não acredita na interpretação do islã imposta pelo Talibã: “Não tem uma única forma de ver o islã, existem várias”.

De acordo com ele, o próprio Alcorão, livro sagrado da religião, incentiva a busca pelo conhecimento. A questão é que, segundo o professor, o Talibã se baseia mais nos debates entre estudiosos e no raciocínio lógico de cada um dos seguidores do que no Alcorão e nos ensinamentos transmitidos pelo profeta Muhammad (ou Maomé, quem criou a religião). “A proibição das meninas de estudar é muito particular do Talibã; existem outros grupos islâmicos que incentivam o estudo de mulheres desde muito cedo”, diz. Ele ainda explica que o islã é uma religião muito flexível: “Um exemplo é o da Arábia Saudita, em que, até determinado tempo atrás, as mulheres eram proibidas de andar sozinhas pelas ruas e dirigir. Mas a sociedade concluiu que essa regra não era essencial para o mundo atual e a mudou”.

Fontes: Al Jazeera, G1, Nexo e O Globo.

Ixi! Você bateu no paywall!

Ainda não é assinante? Assine agora e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Joca.

Assinante? Faça Login

Voltar para a home

Ou faça sua assinatura e tenha acesso a todo o conteúdo do Joca

Assine

Enquete

Sobre qual assunto você gosta mais de ler no portal do Joca?

Comentários (1)

  • Marcelo Oliveira

    1 ano atrás

    Que triste!!!!!!

Compartilhar por email

error: Contéudo Protegido