Crianças em uma escola de Cabul, no Afeganistão. Foto: Marco Di Lauro/Getty Images

Na época em que voltou a assumir o poder do Afeganistão, em agosto de 2021, o Talibã prometeu não estabelecer regras tão rígidas quanto às do seu governo anterior, que aconteceu entre 1996 e 2001. No entanto, em 23 de março, o grupo começou a adotar uma série de medidas restritivas. 

No antigo governo do Talibã, as meninas afegãs só podiam frequentar a escola até os 10 anos e todas as mulheres eram obrigadas a usar burca (espécie de túnica longa usada por algumas mulheres muçulmanas). Músicas e filmes ocidentais eram proibidos no país.

Agora, entre as novas regras, ficou definido que meninas que cursam da 6ª série em diante não poderão mais frequentar a escola. Dois dias antes, o grupo chegou a anunciar o fim da restrição, que já durava sete meses. Mas, no primeiro dia de aula, as estudantes foram mandadas para suas casas porque eles voltaram atrás na decisão.

Como explicação, o Ministério da Educação afirmou que a nova definição busca ir de acordo com os costumes afegãos e com a lei islâmica – role até o final da matéria para entender as diferenças entre as leis do islã e as distorções feitas pelo Talibã. 

Meninas mostram suas mochilas na saída da escola em Farah, no Afeganistão. No país, ficou decidido que as meninas só podem estudar até a sexta série. Foto: Majid Saeedi/Getty Images

Outra regra nova é que mulheres não poderão viajar de avião se não estiverem acompanhadas por um homem da família. Antes disso, o Talibã já tinha proibido que afegãs fizessem viagens terrestres que superem 72 quilômetros.

Manifestações contra as novas medidas

Em 26 de março, mulheres e meninas se juntaram em frente ao Ministério da Educação, em Cabul, capital do país, para protestar contra a nova medida. As manifestantes cantaram pedindo justiça e a reabertura das escolas, afirmando ainda que a educação é um direito fundamental. 

A marcha durou apenas alguns metros, até que militares do Talibã dispersaram o grupo. 

O que é o Talibã?

É um grupo extremista que usa a própria interpretação da Sharia (a lei islâmica, ou seja, do islamismo, religião criada por Maomé) para governar. Enquanto o islã é uma crença que prega a paz, o amor e o respeito — princípios defendidos pela maioria dos fiéis –, o Talibã distorce alguns ideais e as regras da religião e usa essa versão deturpada como justificativa para realizar atos de violência e impor restrições rígidas à população. Portanto, o comportamento do grupo não combina com os verdadeiros valores do islã.

Fontes: Al Jazeera, G1, Nexo e O Globo.

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