Atleta participante da Olimpíada de 2016, realizada no Rio de Janeiro, Fernando Scavasin tem um grande objetivo: fazer com que o maior número de pessoas possível possa conhecer e se apaixonar pela esgrima, modalidade que ele pratica desde os 13 anos. Para realizar esse sonho, com o também esgrimista Heitor Shimbo, ele fundou o Instituto Touché, organização que oferece aulas de esgrima nas escolas como modo de popularizar o esporte.

A repórter mirim Nina H., 11 anos, de Belo Horizonte (MG), conversou com o Fernando para saber mais sobre como ele concilia o trabalho no instituto com a vida de atleta profissional. Confira o bate-papo.

Qual foi seu primeiro contato com a esgrima?
Foi quando eu tinha 13 anos. Meus pais não tinham muito dinheiro, então fui para o Ginásio do Ibirapuera [na cidade de São Paulo], onde dava para fazer esportes de graça. Vi uma placa em que estava escrito “venha fazer esgrima” e decidi conhecer. Tive a sorte de fazer aulas com um professor muito legal. Comecei a praticar futebol, basquete e esgrima, mas um mês e meio depois, eu decidi ficar só na esgrima. Eu me encantei pelo esporte e, sempre que me perguntavam se queria participar de uma competição, eu ia. Então fui crescendo de um jeito natural. Por isso é importante apresentar vários esportes para as pessoas.

O que te motivou a incentivar a esgrima no Brasil?
Eu comecei a viajar com a equipe brasileira em 1999, quando tinha 14 anos. Fui para lugares como França, Itália e Alemanha, onde a esgrima é popular e muita gente pratica. Isso porque tivemos guerras de espadas até o começo Nina H., 11 anos do século 20. Mas a esgrima também é popular no Japão, na Coreia e nos Estados Unidos. Então pensei que, já que tem outros lugares em que a esgrima foi apresentada e se tornou popular, por que não fazer isso no Brasil? É claro que é preciso estudar a forma correta de executar isso, foi preciso fazer algumas adaptações. Usar toda a roupa da esgrima, por exemplo, pode ser difícil aqui no Brasil, que é bem quente. Agora, a gente tenta levar a esgrima para mais gente, para que mais pessoas tenham a oportunidade de se apaixonar por ela. Temos aulas gratuitas todos os sábados, às 11 horas, no Instagram (@institutotouché) para quem quiser aprender e vídeos no TikTok de como praticar esgrima em casa.

Como você equilibra ser professor de esgrima e atleta ao mesmo tempo?
Com a pandemia, passei a treinar de manhã e me dedicar às aulas à tarde. Com exceção das aulas feitas pelo Instagram, temos professores que formamos para ensinar esgrima. Então eu foco muito mais em formar professores que possam dar aulas do que ensinar para as pessoas diretamente. Mas teve uma época em que eu era atleta, fazia faculdade e trabalhava, então acho que, quando a gente aprende a organizar o tempo, consegue atingir nossos objetivos. Quem é atleta precisa controlar o tempo.

#pracegover: Fernando Scavasin durante competição com o uniforme da esgrima. Em uma das mãos, segura a máscara. Foto: arquivo pessoal

Vi que existe mais de um tipo de arma na esgrima. Você usa todas?
As armas são o florete, a espada e o sabre. Como na natação, em que cada pessoa se especializa em um tipo de nado, na esgrima cada atleta costuma usar uma arma só. A espada dá pontos cada vez que o atleta toca em qualquer parte do corpo do oponente, enquanto o florete toca de ponta na região do tronco e o sabre toca de lado acima da cintura. Eu comecei jogando com o florete, mas, em 2016, tentei me aposentar. Como senti falta, decidi voltar e voltei com o sabre, então hoje eu jogo os dois.

Como é ser um atleta olímpico?
Um atleta precisa ter metas e sonhos e, no caso do atleta olímpico, esse sonho é ir para a Olimpíada. Para realizar isso, ele treina de manhã e à tarde, precisa cuidar da alimentação, não tomar bebidas alcóolicas e não ter conexão com drogas. Já falei que não podia ir a muitos aniversários de amigos porque estava treinando. Além disso, tem uma cobrança muito grande no meu desempenho, porque o treino sempre precisa ser melhor do que o do dia anterior. A gente brinca que a vida do atleta é muito mais suor do que alegria, mas uma alegria já acaba valendo todo o resto.

Leia a entrevista completa no site do Joca!

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#pracegover: Nina usa vestido estampado e colorido. Ela sorri. Foto: arquivo pessoal

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 167 do jornal Joca

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