Por Martina Medina

A sírio-palestina Gawa W., 10 anos, chegou a São Paulo em 2013  e, cinco anos depois,  já aproveita a Copa do Mundo para torcer pelo Brasil. “Eu gosto de tudo aqui. Adoro comer arroz e feijão e continuo saboreando meus pratos árabes preferidos, como charuto de uva, que leva arroz e carne”, diz.

A viagem de avião foi longa. Ela veio acompanhada de sua mãe, seu pai e seus três irmãos desde a Síria, destino de seu avô refugiado da Palestina há algumas décadas. “Fomos embora no comecinho da guerra, agora está muito pior. Minha avó ficou lá, mas quase não consigo falar com ela”, conta.

A Guerra Civil da Síria já dura 7 anos e deixou mais de 500 mil mortos. Por isso, o país é campeão em refúgio. No Brasil, 35% do total de refugiados são sírios. No mundo, eles também estão em primeiro lugar, com 6,3 milhões de deslocados, bem à frente do Afeganistão, em segundo com 2,6 milhões de pessoas refugiadas.

Gawa, que morava em Latáquia, uma cidade portuária, saiu do país no início da guerra. Suas lembranças são de uma Síria tranquila. “Lá, eu estudava à tarde e brincava muito na rua com as minhas amigas. Aqui mudou um pouco: estudo de manhã e já não brinco na rua porque tem muito carro. São Paulo é maior, tem muita avenida”, explica. Como não brinca na rua, Gawa tem passado mais tempo no celular depois das aulas.

Gawa e sua mãe Muna

Em São Paulo, ela continua frequentando uma escola islâmica e aprendendo árabe, sua matéria preferida. Gawa tem amigos brasileiros, libaneses e sírios.

Apesar de gostar muito do Brasil, ela sente falta das amigas que deixou na Síria, da escola e da casa onde morava com os pais, irmãos e tios. “Lá, a gente vivia em uma casa grande, com jardim e muitos quartos – quase toda minha família morava na mesma casa. Aqui, nossa casa tem menos quartos e não tem jardim”, diz. “Se a guerra acabar, podemos voltar.”

Confira o depoimento completo de Gawa e de outras quatro crianças refugiadas aqui.
Saiba mais sobre a situação dos refugiados no Brasil e no mundo nesta matéria.
Clique aqui e entenda a diferença entre refugiado e imigrante.

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