Por Pedro Oliveira

O estado de Roraima foi responsável por 45% do total de focos de incêndio do Brasil no mês de fevereiro — contabilizou 2.057 queimadas no segundo mês do ano. Essa é a maior marca do estado para fevereiro desde 1999, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a computar esses dados.

Enquanto a região vive um período de seca, organizações de proteção ao meio ambiente denunciam que o aumento de focos de fogo pode estar relacionado à liberação do governo local de licenças ambientais para queimadas realizadas pela atividade agropecuária.

Causas e soluções 

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Roraima registrou apenas 21% da chuva esperada para fevereiro. A junção da seca com os focos de fogo levou o governo a decretar situação de emergência em nove municípios. Em algumas regiões, como a cidade de Pacaraima, moradores enfrentam falta de água encanada, que impacta até hospitais e escolas.

Em entrevista ao Joca, Fabio Wankler, coordenador do curso de geologia da Universidade Federal de Roraima, explicou que, somado à ação humana, o fenômeno El Niño (leia na página 3) influencia a situação. “O El Niño fez com que o volume de chuvas no estado fosse muito menor e não reabastecesse os reservatórios de água. Dados da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima mostram que 80% dos poços de abastecimento estão com o nível de água extremamente baixo em 2024”, explicou.

O professor ainda alertou que é essencial que o estado fiscalize as atividades humanas: “São necessárias ações do governo federal e estadual para reprimir o desmatamento e a prática de queimadas, bem como reforçar ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e de órgãos estaduais na educação e fiscalização ambiental”. 

Mais de 340 brigadistas atuam no estado para combater o fogo. O governo de Roraima e o governo federal também montaram um centro integrado para coordenar as ações de auxílio aos afetados.

FONTES: CNN BRASIL, G1, GREENPEACE, GOVERNO FEDERAL E INPE.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 219 do jornal Joca.

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