O escritor, editor e comediante Paulo Tadeu. Foto: arquivo pessoal

Quando o filho era criança, Paulo Tadeu tinha o costume de lhe contar piadas para diverti-lo. Foi aí que surgiu a ideia de criar o Proibido Para Maiores, livro de comédia infantojuvenil com todas as frases engraçadas faladas por ele. Mais tarde, Paulo percebeu que seu talento para as risadas poderia render um stand-up, show em que o artista sobe ao palco sozinho, usando roupas normais (sem a caracterização de um personagem), e conta piadas.

A repórter mirim Sara C., 11 anos. Foto: arquivo pessoal

A leitora Sara C., 11 anos, de São Paulo (SP), entrevistou Paulo para saber mais sobre o espetáculo Proibido Para Maiores – O Primeiro Stand-Up Infantil do Mundo e sua trajetória. Confira

Como é o seu dia a dia no trabalho?
Eu tenho uma editora de livros, então todos os dias eu recebo textos de pessoas que querem publicar livros. Eu leio o que as pessoas me mandam e avalio se são bons ou não para serem publicados. Se eu achar que o material é bom, eu trabalho nesse texto, eventualmente sugiro algumas mudanças e correções e, com a minha equipe, desenvolvo uma capa para ele. Depois, montamos o livro no computador e o envio para uma gráfica, em que é impresso. Quando recebemos os impressos, começamos a vender para as livrarias. Fora isso, também escrevo meus próprios livros. 

O que te fez criar o stand-up para crianças? Você teve alguma influência?
Antes de surgir o stand-up, em 2007, eu contava muitas piadas para o meu filho, Guilherme. Ele gostava muito, dava muita risada e falava que eu era muito engraçado. Até que um dia resolvi reunir essas piadas em um livro e colocar uma dedicatória para ele, porque seria um presente para a vida inteira dele. Como eu tenho uma editora, também ficava fácil de fazer. Confesso que criei o livro Proibido Para Maiores sem muitas pretensões comerciais, mas, quando o coloquei no mercado, toda a tiragem vendeu muito rapidamente. Eu achei que tinha sido um golpe de sorte, então imprimi mais um pouco de exemplares, depois mais um pouco e mais um pouco… Esse livro se tornou um fenômeno e ficou mais de um ano na lista de mais vendidos. Até hoje, ele já vendeu mais de 200 mil exemplares, que é um número muito alto mesmo. Em virtude desse sucesso, comecei a ser chamado por algumas escolas para falar sobre o livro, e eu aproveitava para contar algumas piadas para as crianças que estavam lá. Até que um dia pensei: “Por que não transformo isso em um espetáculo de teatro?”.

Foi por causa do sucesso que o Proibido Para Maiores ganhou uma sequência?
O sucesso do Proibido Para Maiores me levou a elaborar outros seis livros de piadas para crianças. Então o espetáculo também é derivado do sucesso desses outros livros, porque eu via o quanto as pessoas gostavam de piadas para crianças e os adultos se divertiam. As crianças dão risada e os pais também, é um espetáculo dirigido para todos os públicos.

O livro Proibido Para Maiores. Foto: divulgação

Como surgiu a ideia de criar a editora?
Ela surgiu porque eu trabalhava em outra área, de propaganda, mas estava um pouco cansado e já estava pensando em ter uma empresa minha. Essa é uma coisa que os adultos às vezes pensam, de ter o próprio negócio e ser seu próprio patrão. Eu já tinha publicado três livros em duas editoras diferentes e escrevi um quarto livro. Apresentei esse livro para as editoras que eu conhecia, mas, na época, nenhuma quis publicar. Então decidi montar a minha empresa, Matrix Editora, para eu mesmo publicar. Também já tinha um quinto livro pronto e dei início à editora. Aos poucos, foram surgindo projetos para eu analisar e, eventualmente, publicar. Ela foi crescendo e hoje é uma editora bem grandinha.

Qual é a sua formação?
Sou formado em jornalismo, mas nunca trabalhei na área. Eu me formei na Faculdade Cásper Líbero, em 1984.

O que te fez escrever para crianças?
Meu filho, porque antes do Proibido Para Maiores, eu só tinha feito livros para adultos. Foi aí que eu comecei a prestar mais atenção ao público infantil e criei outras obras para crianças. É um público que sempre me recebeu muito bem e sempre gostou das coisas que eu faço. 

Paulo quando criança. Foto: arquivo pessoal

Além da comédia, quais temas de livro você mais gosta de escrever?
Eu gosto de fazer coisas bem-humoradas de maneira geral, que levem as pessoas a dar risada e a se divertir, mesmo sendo um pouco mais sérias. Isso me deixa muito contente. 

Quais são suas inspirações para criar os livros?
São muito variadas. Eu diria que sou uma pessoa muito atenta ao que acontece no mundo, então qualquer coisa pode me inspirar, seja um filme que eu veja, um meme, uma conversa que eu tenha com alguma criança… Eu fico encantado em poder tirar inspiração de coisas que às vezes as pessoas não enxergam.

Quais são seus sonhos para o stand-up?
Quando você é um artista, logicamente você gosta de ver esse trabalho sendo reconhecido. Eu gostaria de me apresentar em outros estados, porque até agora só fiz isso em São Paulo — já houve algumas pessoas me sondando para apresentações em outros estados, mas ainda não foi possível. Também já recebi propostas para me apresentar no exterior, nos Estados Unidos, porém acabou não dando certo e veio a pandemia. Mas sei que existem novas possibilidades e formatos para a gente trabalhar, por exemplo, pela internet. Então espero que, em breve, o público infantil tenha novidades para se divertir com as coisas que eu faço.  

*Versão estendida da matéria publicada na edição 187 do Joca.

Ixi! Você bateu no paywall!

Ainda não é assinante? Assine agora e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Joca.

Assinante? Faça Login

Voltar para a home

Ou faça sua assinatura e tenha acesso a todo o conteúdo do Joca

Assine

Enquete

Sobre qual assunto você gosta mais de ler no portal do Joca?

Comentários (0)

Compartilhar por email

error: Contéudo Protegido