Lázaro Simões Neto, conhecido como Lalau, é publicitário e autor de uma coletânea de livros infantis, com mais de 70 obras publicadas. Ao lado da ilustradora Laurabeatriz, ele assina a coleção Brasileirinhos, que explora a fauna brasileira e sua importância por meio da poesia, além de outros títulos no mesmo modelo de produção da dupla. Os repórteres mirins André F., 8 anos, e Clara F., 10 anos, entrevistaram Lalau para saber mais.

Quando era criança, você já queria ser poeta ou escritor? 
Acho que não, isso foi acontecendo no decorrer da minha vida. Mas, quando eu era criança e aprendi a ler, foi algo muito mágico. É mágico na vida de todo mundo, né? Então eu virei leitor, e um leitor bem ativo. Acredito que, de tanto gostar de ler, de tanto ter essa paixão pela palavra, pelos livros, de repente, no meio da minha vida, começou a aparecer a sementinha de querer ser escritor, fazer algo com literatura. Na adolescência comecei a pensar em escrever, poesia principalmente, porque alguns amigos meus tinham banda naquela época e eu fazia as letras das músicas.

#pracegover: Laurabeatriz e Lalau estão parados lado a lado. Ele está com a mão em torno do ombro dela. Laurabeatriz veste camisa branca e uma blusa vermelha sobre os ombros. Lalau usa camiseta verde. Os dois sorriem para a foto. Crédito de imagem: arquivo pessoal

Por que você é tão ligado à natureza? 
Isso vem desde a minha infância mesmo. Passei essa época num lugar que tinha muito passarinho, perto da Represa de Guarapiranga [São Paulo]. Eu ia bastante à represa e tive um avô que incentivou muito esse contato. Quando eu ainda era criança, ele me levou para o Pantanal. Em um dos meus livros tem até um poema homenageando esse avô, porque ele sabia imitar o “piu” dos passarinhos. “Ah, esse aqui é o jaó, esse aqui é o japu, esse aqui é bem-te-vi”, ele me ensinava. Com o tempo, isso foi evoluindo e eu trago para os livros também.

O que as pessoas podem fazer para que mais crianças gostem de ler, escrever e produzir livros? 
Acredito que deixar o livro próximo, fazer com que integre a casa da gente, é uma boa estratégia. Também é importante ler para crianças, principalmente as que não têm vontade de ler. E dar o exemplo, ou seja, você mesmo mostrar que gosta de ler e transmitir isso para outra pessoa.

Qual foi a sua obra preferida entre as poesias? 
Ah, eu gosto muito do primeiro livro que fiz, o Bem-te-vi. Deste eu gosto muito porque foi o primeiro livro, o que deu o pontapé na minha trajetória e na da Laurabeatriz. Existe uma série de coisas em volta que fazem dele o meu livro preferido. Eu gosto de todos, mas pelo Bem-te-vi tenho um carinho especial.

E quando você começou essa parceria com a Laurabeatriz? 
Tudo começou com o Bem-te-vi. Eu tinha feito os poemas há um bom tempo antes de o livro ser publicado. Então conheci o José Paulo Paes, li uma obra dele chamada Olha o Bicho, isso foi em 1989. Fiquei tão encantado com a leitura que falei: “Olha, é isso que eu quero fazer. Quero escrever poesia para criança”. E comecei a fazer poesia sem parar. Quando eu tinha o Bem-te-vi quase pronto, não sabia o que fazer com ele. Mandei para o José Paulo Paes, e ele gostou, me ajudou até com umas coisas que eu tinha feito meio erradas e enviou o livro para a [editora] Companhia das Letrinhas. Lá escolheram a Laurabeatriz para ilustrar. A gente se conheceu só no dia do lançamento do livro e, neste ano, vamos fazer 30 anos de parceria.

Você já publicou quantos livros e quantos mais quer publicar? 
Toda vez que a Laurabeatriz e eu fazemos essa conta, chegamos a mais ou menos 70 livros publicados. Juntando também outros que eu tenho, passa de 70. Mas não temos uma definição de publicar mais 20, 30, vamos fazendo até onde der. Em 2024, ainda tem dois lançamentos: um vai ser pela Companhia das Letrinhas, Brasileirinhos da Mata Atlântica, e o segundo é por outra editora, chamado Vovôs e Vovós da Floresta. É sobre envelhecer, algo que está acontecendo comigo e ocorre com os bichos. No livro, por exemplo, tem uma coruja que não enxerga direito à noite porque está velhinha. Então os vaga-lumes ajudam, fazem o caminho para ela chegar ao ninho. É sobre como devemos cuidar dos mais velhos.

#pracegover: o repórter mirim André sorri para a foto. Ele tem cabelo curto e usa óculos. Crédito de imagem: arquivo pessoal
#pracegover: a repórter mirim Clara sorri para a foto. Ela tem cabelos na altura do queixo. Atrás é possível ver árvores. Crédito de imagem: arquivo pessoal

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 217 do jornal Joca.

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