O Clube do Joca conversou com os atores do programa
O Quintal da Cultura (2011), programa produzido pela TV Cultura e dirigido por Bete Rodrigues, retrata as aventuras dos irmãos Ludovico (José Eduardo Rennó) e Doroteia (Helena Ritto), ao lado de Ofélia (Mafalda Pequenino), seu sobrinho Osório (Jonathan Faria) e muitos outros amigos. Para saber mais sobre a série e a carreira dos atores, o Joca visitou os estúdios da TV Cultura e conversou com Jonathan, José Eduardo e Helena. A entrevista foi feita pelo Clube do Joca, integrado por Bernardo B., Gabriela C., Leonardo F., Manuela V., Sarah W. e Sofia V., sendo que Leonardo e Sofia foram até o estúdio, conheceram o cenário do programa e bateram papo com os artistas.
Leonardo: Foi muito bom assistir ao Quintal da Cultura durante a pandemia. Como foi gravar nesse período?
José: Olha, foi um desafio gravar durante a pandemia, né? A TV Cultura seguiu os protocolos de distanciamento e uso de máscara e, a partir de determinado momento, a gente continuou o trabalho de casa. Só que estávamos sozinhos, tendo que botar o celular para gravar, arrumar o microfone, fazer a maquiagem, usar o figurino…
Jonathan: A produção levou parte do cenário, figurinos e kits de maquiagem para a nossa casa. Então, a gente fazia maquiagem, montava cenário e aí ligava a câmera com a produção, a diretora… Acho que gravamos umas três vezes por semana. E aí, nesses dias, fazíamos vários episódios.
Sofia: Como vocês construíram esses personagens?
José: Quando o programa começou, recebemos as sugestões da equipe sobre como seriam os personagens. E a gente começou a elaborar a partir disso. Aí chegaram os figurinos, que ajudam a sentir como será o personagem. Por exemplo, se você coloca um sapato de certo tamanho, você não consegue andar, tropeça em todo lugar, e isso pode ser legal para o personagem.
Helena: Tem uma coisa que a gente deve deixar muito claro: Doroteia, Osório, Ludovico e Ofélia são o resultado de uma equipe. É claro que o papel do ator é importante, mas o que os personagens falam vem de pessoas que entendem muito bem sobre tudo isso. Então não dá para dizer que somos só nós, é coletivo.
Sofia: E por que vocês gostam de atuar?
Helena: É uma grande brincadeira. E quando a gente está se divertindo, o público também se diverte. É uma delícia levantar de manhã e pensar: “Opa, hoje eu vou brincar de Branca de Neve”.
José: Você experimenta outras situações, vive coisas que não viveria e tem sentimentos diferentes. É como viver de outra maneira. É distinto do teatro, porque a gente grava pedacinhos, não é uma peça de duas horas. A gente não faz o programa inteiro de uma vez. Então você começa a emoção, corta, começa de novo, corta…
Jonathan: Eu era um adolescente muito tímido e complexado. Tinha vergonha de tudo. Um dia, eu passei pela porta de um curso de teatro e vi o pessoal ensaiando. Eu fiquei louco com aquilo. Fui tentar entrar, não consegui, porque não pude pagar. Aí, na minha escola começou um curso de teatro, e eu topei. Ensaiei, ensaiei, ensaiei, e estreamos a peça. Em uma das primeiras cenas, eu percebi que havia encontrado meu lugarzinho.
Leonardo: Como é a preparação do cenário para o programa?
Jonathan: Tem uma boa equipe técnica. Primeiro, tem quem pensa no cenário, que imagina e desenha.
José: Depois, quem constrói e quem opera o cenário. Vocês veem que ele não é muito grande, mas tem elementos que se movem. Então, tira uma árvore dali, bota aqui… A equipe fica adaptando o espaço.
Helena: E é tudo coletivo. O cenário não existe sem a luz e também não vai existir se não houver criatividade na direção e na dramaturgia, para criar situações com aquilo que temos. Um baú pode virar um navio, que pode se tornar uma cama ou um portal.
Glossário:
DRAMATURGIA: arte de escrever textos para ser interpretados, geralmente, em peças teatrais.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 225 do jornal Joca.
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