Confira a entrevista conduzida por Sarah W., integrante do Clube do Joca
Cris Barulins é cantora, compositora e percussionista, além de dar aulas de musicalização em escolas e creches. Participou da gravação de álbuns como Abra a Roda Tin Dô Lê Lê, de Lydia Hortélio, e Pé Com Pé, do Palavra Cantada. Sarah W., de 11 anos, do Clube do Joca, conversou com a artista sobre sua trajetória no mundo da música.
Eu estou muito honrada de poder conversar com você. O meu primo adora as suas músicas, ele tem 4 anos. E você, o que gostava de escutar quando era criança?
Que fofo, obrigada! Olha, eu tinha uma vitrola em casa e gostava muito de um disco da Turma da Mônica. Eu também tenho boas memórias da minha avó me ensinando música. Por exemplo, a faixa “Miriscof”, do meu disco de 2023, começa com a voz dela. Minha avó tem 94 anos, e eu lembro dela me ensinando essa música, que tem palavras difíceis.
É muito legal quando aprendemos uma música com alguém da família. Com quantos anos você decidiu que queria ser musicista?
Não sei exatamente. Eu comecei capoeira e aula de canto com 12 anos. Eu já tinha aquele sonho, mas não era algo decisivo. Aí, com 19 anos, entrei na faculdade de arquitetura. Nessa época, já tocava percussão e frequentava o teatro da Escola Brincante. Eu já estava vendo que não queria ser arquiteta, mas como não tinha músicos na minha família, era um pouquinho mais difícil de entender se era possível ou não viver de música. Então foi difícil convencer meus pais. Por volta dos 20 anos, eu decidi que faria música: deixei a arquitetura e fiz faculdade de licenciatura em música. Desde então, vivo assim: dando aulas ou nos palcos.
Atualmente, quais são os artistas infantis em quem você gosta de se inspirar?
Nossa, são muitos. Da música infantil, eu gosto do Hélio Ziskind, que é um compositor brasileiro; Palavra Cantada, um divisor de águas da nossa música infantil; Bia Bedran; João Bá, compositor cearense que contava histórias e tinha canções lindas, e Luiz Gonzaga. Tem também os que eu cresci ouvindo, como Elis Regina, Marisa Monte e vários outros.
Você lembra do seu primeiro show?
A primeira vez que pisei no palco para me apresentar foi no teatro da escola, na pré-adolescência, com uma peça do Shakespeare chamada Sonho de uma Noite de Verão. Eu lembro da emoção de estar no palco, com o refletor… Foi muito nervosismo, mas ao mesmo tempo um prazer de estar ali naquele lugar desconhecido! Eu acho que, quando o prazer fala mais alto do que o nervosismo, a gente tem que repetir aquilo.
Como funciona o processo de composição das músicas? Como a ideia surge?
Depende muito da música. Na pandemia, eu compus com outros artistas, de vários cantos do Brasil. No caso de “Fogo Pequenino”, por exemplo, que eu criei com o trio Sonatina Música e Movimento; o Eric Brandão me mandou a melodia do violão, aí eu tive a ideia de falar do fogo, da natureza, das queimadas. Depois, eu mandei já com a letra e, juntos, finalizamos. Agora, tem músicas que eu faço tudo no violão, como “Lambadinha”. E tem também canções que já vêm com a letra pronta e eu só faço a melodia.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 226 do jornal Joca.
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