Pedro Oliveira

No dia 24 de outubro, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou o relatório “Chega de ar quente, por favor”, que alerta as lideranças mundiais sobre os efeitos das mudanças climáticas. O documento chega poucos dias antes da realização da 29ª Conferência da ONU Sobre Mudanças Climáticas (COP 29), em novembro, no Azerbaijão (leia mais sobre o evento no quadro ao lado).

Se medidas mais sérias para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa não forem tomadas urgentemente, o relatório diz que o aumento da temperatura média global poderá chegar ao nível “catastrófico” de 3,1°C (graus Celsius). Esse valor é muito superior ao definido no Acordo de Paris, estabelecido na COP 21, em 2015, em que 196 países se comprometeram a manter o aumento da temperatura do planeta, até o fim do século 21, abaixo de 2°C, buscando que esse crescimento não ultrapassasse 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. Segundo o relatório, para cumprir a meta do Acordo de Paris, as nações deverão reduzir, até 2030, as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs), que causam o aquecimento global, em 42%. Até 2035, a redução terá que ser ainda maior, de 57%.

Esses objetivos estão cada vez mais distantes da realidade, como o próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou em uma mensagem divulgada após a publicação do documento. Ele chamou a atenção para o fato de que o planeta atingiu um novo recorde na concentração de GEEs na atmosfera. Em 20 anos, a concentração do gás carbônico (CO2) emitido em grande escala pela atividade humana, cresceu 10%. Para Guterres, a humanidade vive um momento de “corda bamba planetária” em relação às mudanças climáticas.

CLIMA ESTRANHO, PAISAGENS ESQUISITAS

Eventos climáticos extremos ocorridos em 2024 estão modificando paisagens ao redor do mundo. No Japão, o Monte Fuji, a montanha mais alta do país asiático, ficou o maior tempo sem neve em 130 anos. Geralmente, o pico do famoso ponto turístico começava a ser coberto de neve no início de outubro. Em 2023, por exemplo, no dia 5, pontos com neve já haviam sido registrados. Mas, neste ano, com o verão mais quente da história do Japão, a neve não chegou até o fim do mês.

#pracegover: foto do Monte Fuji, no Japão. A montanha é cercada por um rio. Crédito de imagem: Tomohiro Ohsumi/Getty Images

A milhares de quilômetros do Japão, o deserto do Saara, no continente africano, também registrou um fenômeno atípico em outubro. Em consequência de chuvas intensas e raras no verão, lagoas se formaram nas dunas do deserto, o que, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma das agências da ONU, pode ser explicado pela mudança dos ciclos da água no mundo e pelo aumento das temperaturas.

FONTES: ONU, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA, AGÊNCIA BRASIL, O GLOBO, BBC BRASIL, JORNAL DA USP, G1 E COP 29.

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