Ronald Regang e Iskandar Slameth foram recrutados para ser combatentes em lados opostos quando tinham apenas 10 anos e 13 anos. Como eles, centenas de crianças-soldados lutaram no confronto entre cristãos e muçulmanos que dividiu a ilha de Ambon, na Indonésia. O conflito ocorreu em 1999, e mais de 5 mil pessoas morreram e outras 500 mil tiveram que abandonar as casas em que moravam.

O acordo de paz, em 2002, não trouxe tranquilidade às crianças combatentes. A fim de superar as lembranças da violência, Ronald, que é cristão, e Iskandar, muçulmano, participaram de um evento em 2006. Ali, perceberam que os problemas enfrentados por cristãos e muçulmanos eram os mesmos, e isso os aproximou. A história foi revelada pela emissora britânica BBC.

Ronald, hoje com 28 anos, e Iskandar, com 31, afirmam que são amigos e esperam que as novas gerações aprendam com os erros do passado. Ambon permanece dividida.

O que é uma criança-soldado?
Alguém com menos de 18 anos recrutado para lutar ou trabalhar em locais de conflito.

Quantas existem no mundo?
Não há dados oficiais. Segundo a ONG Child Soldiers, o número pode chegar a cem mil. De 10% a 30% são meninas.

Como as crianças se envolvem com grupos armados?
Algumas são sequestradas, ameaçadas ou iludidas com promessas. Outras se unem por conta própria, atraídas por dinheiro, principalmente.

O que mais as crianças-soldados fazem?
Cozinham e limpam para os comandantes
Transportam equipamentos
Limpam armas
Carregam mensagens e espionam.

Depoimentos:
“Prometeram para o meu filho que cuidariam da nossa família. Mas mentiram.”
Mãe de um garoto de 13 anos recrutado pelo Estado Islâmico.

“Por favor, conte ao mundo o que está acontecendo. Para que outras crianças não tenham que passar por essa violência.”
Menina que escapou de um grupo rebelde em Uganda.
Fonte: Child Soldiers

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