Crédito da imagem: Yevhenii Zavhorodnii/Global Images/Getty Images

A divulgação dos ganhadores do Prêmio Nobel 2023 começou em 2 de outubro e segue até o dia 9 deste mês. Além do reconhecimento internacional, cada categoria é premiada com 11 milhões de coroas suecas (cerca de 5 milhões de reais) — se mais de uma pessoa vencer na mesma categoria, o valor é dividido.

A entrega dos prêmios deve ser realizada em 10 de dezembro. A seguir, conheça alguns dos vencedores deste ano.

Paz

Ganhadora: a iraniana Narges Mohammadi, ativista dos direitos humanos que luta contra a repressão sofrida pelas mulheres de seu país.

Por que venceu: “Ela apoia a luta das mulheres pelo direito de ter uma vida plena e digna”, afirmou a organização do Nobel. Mesmo presa, Narges segue encorajando protestos no Irã, como os ocorridos após a morte da jovem Mahsa  “O lema adotado pelos manifestantes — ‘Mulher, vida, liberdade’ — expressa (…) a dedicação e o trabalho de Narges Mohammadi”, disse o Nobel. Ela é a 19ª  mulher a receber o prêmio da Paz em 122 anos.

Medicina

Ganhadores:
a húngara Katalin Kariko e o norte-americano Drew Weissman.

Por que venceram:
pelas descobertas relacionadas à tecnologia RNA mensageiro (RNAm) para o desenvolvimento de vacinas, que abriram caminho para a produção de alguns imunizantes contra a covid-19. Os dois começaram a publicar seus estudos sobre RNAm em 2005. Os achados foram a base para desenvolvimentos “extremamente importantes, que serviram à humanidade durante a pandemia da covid-19”, disseram os organizadores do Nobel em comunicado.

O que é o RNAm?

Um código com instruções para que células do corpo produzam um tipo de proteína. Nas vacinas contra a covid-19, o RNAm usa o organismo humano para “fabricar” uma proteína do coronavírus. Ao identificar que isso está ocorrendo, o corpo produz anticorpos (que nos protegem de doenças).

Outras vacinas precisam introduzir no corpo humano uma parte do vírus ou o vírus inativado para a produção de defesas. Imunizantes feitos com RNAm podem ter custo menor e ser produzidos mais rapidamente, já que não dependem do vírus vivo.

A tecnologia RNAm vem sendo testada para criar outras vacinas mais eficientes contra, por exemplo, dengue, malária e gripe. Teoricamente, ela também poderia fazer o corpo produzir proteínas que levariam ao combate de outras doenças, como diabetes e câncer.

Química

Ganhadores: o francês Moungi Bawendi, o norte-americano Louis Brus e o russo Alexei Ekimov.

Por que venceram:
pelas descobertas sobre pontos quânticos, cristais minúsculos que estão entre os menores componentes da nanotecnologia (que cria estruturas e materiais a partir de átomos). “Os pesquisadores utilizaram principalmente pontos quânticos para criar luz colorida”, publicou o perfil do Prêmio Nobel em uma rede social. Os pontos quânticos estão presentes ​​em luminárias LED e televisores QLED (o Q vem de quântico). Além disso, podem ser utilizados ​​para orientar médicos em cirurgias.

Economia

Ganhadora: Claudia Goldin, historiadora econômica e economista trabalhista norte-americana.

Por que venceu: pelo estudo sobre as mulheres no mercado de trabalho. A pesquisa levou em consideração mais de 200 anos de dados dos Estados Unidos sobre a participação feminina no meio trabalhista para explicar por que, ainda hoje, existe uma diferença salarial e de oportunidades tão grande entre homens e mulheres (muitas vezes nos mesmos cargos). Goldin é a terceira mulher na história a vencer o Nobel de economia.

Física

Ganhadores: o francês Pierre Agostini, o húngaro-austríaco Ferenc Krausz e a francesa-sueca Anne L’Huillier (a quinta mulher na história a receber um Nobel de física).

Por que venceram:
por produzir pulsos de luz tão curtos que podem ser medidos em attosegundos (um attosegundo representa para um segundo o mesmo que um segundo representa para a idade do Universo). Esses pulsos de luz podem ser usados para capturar imagens de processos muito rápidos que acontecem dentro de átomos, criando uma oportunidade para observar os elétrons (partículas de carga negativa que se movem rapidamente dentro dos átomos). Isso pode ajudar, por exemplo, na criação de testes que identifiquem doenças em fases mais precoces.

Literatura

Ganhador: Jon Fosse, escritor e dramaturgo norueguês.

Por que venceu: Jon Fosse escreve através de uma variante da língua norueguesa chamada Nynorsk (“neonoruguês”), que combina dialetos (linguagem própria de uma região específica) da costa oeste da Escandinávia. Autor de mais de 40 obras traduzidas para mais de 50 idiomas, Jon retrata temas existenciais e trabalha com o conceito de “fluxo de consciência”, que traz à tona diversos pensamentos de personagens da história. O escritor  possui produções de teatro, romances, ensaios e também textos de literatura infantil, como o livro Schwester (A Irmãzinha, sem tradução disponível no Brasil). Na Noruega, vive em uma residência oficial concedida pelo rei norueguês, Harald 5, para figuras que contribuem de maneira significativa à cultura do país. Jon recebeu o Nobel de Literatura por suas “peças de teatro e sua prosa inovadora que deram voz ao indescritível”, segundo a premiação.

Glossário

Átomo:
menor partícula de um elemento químico.

LED: o light emitting diode (diodo emissor de luz, em português) converte eletricidade em luz e consome menos energia do que as fontes de iluminação usadas antes do surgimento dessa tecnologia.

Fontes: BBC, CNN Brasil, Folha de S.Paulo, G1, O Globo e Prêmio Nobel.

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Comentários (1)

  • oi

    6 meses atrás

    oi

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